'Grand Tour' competia na categoria de Melhor Filme Ibero-Americano com 'El Jockey', da Argentina, 'Estimados Señores', da Colômbia, 'La Infiltrada', de Espanha, e 'Sujo', do México'.

O filme de Miguel Gomes foi escolhido pela Academia Portuguesa de Cinema para representar Portugal naquela categoria.

'Grand Tour' é protagonizado por Gonçalo Waddington e Crista Alfaiate e, na génese, está a ideia de uma grande viagem pela Ásia e duas personagens inspiradas num livro de viagens do escritor Somerset Maugham.

"O que nós tínhamos era um percurso e tínhamos aquelas duas personagens: um homem que fugia da sua futura mulher; e uma mulher que se recusava a acreditar que o noivo estivesse a fugir dela e que o perseguia estoicamente", lembrou Miguel Gomes em entrevista à agência Lusa em setembro passado, aquando da estreia nos cinemas.

A viagem a Oriente foi encetada por Miguel Gomes e por uma pequena equipa de argumentistas e técnicos, nos meses antes da pandemia da covid-19, recolhendo imagens em vários países, que serviriam, depois, para escrever o argumento.

No périplo por Myanmar, Vietname, Filipinas, Tailândia, Japão, Miguel Gomes filmou a contemporaneidade, noites de karaoke, teatro de sombras e de marionetas, anónimos a jogarem 'mahjong', florestas de bambus, cidades com intenso tráfego.

Mais tarde, a produção construiu cenários em estúdio, em Roma e em Lisboa, e rodou uma história a preto e branco, passada em 1918, com Edward (o ator Gonçalo Waddington), um funcionário público do império britânico que embarca numa viagem solitária pela Ásia, depois de ter fugido da noiva Molly (a atriz Crista Alfaiate), no dia em que ela chega para o casamento.

Molly, persistente, segue o rasto do noivo em fuga através de périplo asiático.

Com 'Grand Tour', Miguel Gomes recebeu o prémio de Melhor Realização no Festival de Cinema de Cannes, em 2024, em França.

O filme, que é uma coprodução entre Portugal, França e Itália, foi o candidato de Portugal a uma nomeação para os prémios de cinema Óscares (EUA) e Goya (Espanha) e já foi exibido em mais de 40 festivais e mostras de cinema.

O Prémio Grande Otelo do Cinema Brasileiro é uma iniciativa da Academia Brasileira de Cinema e Artes Audiovisuais, sendo atribuído anualmente em trinta categorias distintas, reconhecendo a produção de cinema e audiovisual estreada e exibida no país.

O grande vencedor da noite de quarta-feira foi 'Ainda estou aqui', de Walter Salles, que conquistou prémios nas categorias de Melhor Longa-Metragem de Ficção, Melhor Realização, Melhor Atriz de Longa-Metragem (Fernanda Torres), Melhor Ator de Longa-Metragem (Selton Mello), Melhor Argumento Adaptado, Melhor Efeito Visual, Melhor Direção de Fotografia, Melhor Direção de Arte, Melhor Guarda-Roupa, Melhor Caracterização, Melhor Montagem, Melhor Som e Melhor Banda Sonora.