Numa mensagem na sua conta oficial na rede social Facebook, Olavo Correia, que é também ministro das Finanças, garantiu que o país "está a ultrapassar" esta crise, a qual pode ser também "uma janela de oportunidades".

"A minha impressão é que a máquina pública está muito mais eficiente e mais rápida do que antes, com muito menos gente a trabalhar e a aportar resultados extraordinários. Aquilo que era impossível ontem, hoje é possível. Aquilo que não era possível ser feito em uma semana, é feito hoje em um dia", disse, numa alusão ao recurso, em alguns casos a única forma, às plataformas eletrónicas e ferramentas de teletrabalho.

O país iniciou no sábado um segundo período de estado de emergência, mantendo na generalidade as restrições de movimentos e de encerramento de empresas, bem como a obrigação geral de confinamento, em vigor desde 29 de março, mas agora diferenciado por ilhas. A circulação na via pública só é permitida em casos específicos e todas as ligações interilhas permanecem suspensas.

Segundo determinação do Presidente da República, Jorge Carlos Fonseca, a prorrogação do estado de emergência é válida até às 24:00 de 02 de maio nas ilhas com casos de covid-19 diagnosticados e até às 24:00 de 26 de abril nas restantes.

Olavo Correia acrescentou que apesar das dificuldades, desde logo impostas pelo estado de emergência, com empresas estatais encerradas ao atendimento presencial, o "país é o mesmo, as pessoas são as mesmas, e as condições ambientais, tecnológicas e outras são as mesmas".

"Isto tudo demonstra, por um lado, em como temos de investir em novas soluções, com mais digital, mais comprometimento, mais sentido de responsabilidade e mais engajamento em relação aquilo que são os resultados que temos que aportar às pessoas", defendeu.

"Demonstra ainda que esta crise pode abrir uma janela de oportunidades por forma a que possamos, todos nós, construir um comprometimento mais reforçado com o nosso país e, com esta atitude, com este engajamento e compromisso. E isto pode ser muito positivo para aquilo que será o futuro de Cabo Verde", acrescentou Olavo Correia.

O governante apontou a necessidade de "mudar" Cabo Verde em "tudo aquilo que tem a ver com o comércio informal", com cada cidadão a ter uma conta bancária e cada empresa "com a situação regularizada com segurança social", para transformar num "país resiliente, que dê segurança ao nível da saúde pública".

"Se mudarmos a nossa atitude, penso que podemos sair mais pobres desta crise, mas sairemos, enquanto nação, mais fortes, mais comprometidos, engajados e mais determinados em continuar a trabalhar por Cabo Verde", frisou.

O país regista atualmente 67 casos de covid-19, distribuídos pelas ilhas da Boa Vista (52), Santiago (14) e São Vicente (01). Um dos casos da Praia (Santiago) já foi considerado como recuperado da doença e o primeiro caso do país, na ilha da Boa Vista, terminou na morte de um turista inglês, de 62 anos.

África regista um total de 1.119 mortos e um aumento de infeções de 21.096 para 22.275 registados em 52 países, segundo a última atualização do boletim do Centro de Controlo e Prevenção de Doenças da União Africana (África CDC).

A nível global, a pandemia de covid-19 já provocou mais de 165 mil mortos e infetou quase 2,5 milhões de pessoas em 193 países e territórios. Mais de 537 mil doentes foram considerados curados.

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.

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