
"O setor de transporte público de passageiros precisa de ações urgentes e não apenas de palavras, porque a atividade está insustentável", afirmou à Lusa o presidente da Fematro, Castigo Nhamane.
Nhamane falava a propósito da recente multiplicação de casos de paralisação do transporte público nalgumas cidades moçambicanas, em protesto contra a última subida de preços dos combustíveis no país.
Aquele dirigente associativo avançou que, paulatinamente, muitos transportadores estão a "arrumar" os seus veículos, porque são incapazes de comportar os elevados custos de atividade.
"A crise de transporte vai agudizar-se, porque há transportadores que estão a sair de circulação: com os atuais custos já não temos negócio", declarou.
Castigo Nhamane afastou, para já, a possibilidade do aumento de preço de viagem nos transportes públicos, alertando que uma subida seria sufocante para os passageiros.
"Para já, aumentar a tarifa não é uma opção, porque conhecemos a frágil situação económica" da população, observou Nhamane.
O presidente da Fematro declarou que não há uma decisão da organização no sentido da paralisação geral da atividade, considerando ações individuais os casos em que alguns transportadores se recusaram a levar passageiros em protesto contra a subida dos preços dos combustíveis.
O alívio dos custos de transporte, prosseguiu, passa por ações urgentes do Governo, que incluam a bonificação do preço de venda de peças sobressalentes, através de lojas especiais para transportadores de passageiros.
A Autoridade Reguladora de Energia (Arene) de Moçambique anunciou no dia 16 novos preços dos combustíveis, apontando a alta do custo do crude no mercado internacional como razão do aumento.
De acordo com a nova tabela de preços que a Arene divulgou, o preço do litro da gasolina subiu de 69,94 meticais (0,99 euros) para 77,39 meticais (pouco mais de um euro), o litro do petróleo de iluminação aumentou de 47,95 meticais (0,68 euros) para 50,16 meticais (0,71 euros) e o de gasóleo passou de 61,71 meticais (0,88 euros) para 70,97 meticais (pouco mais de um euro).
O quilo do gás de cozinha (GPL) passou de 71,2 meticais (mais de um euro) para 80,49 (1,1 euros) e o gás natural veicular (GNV) aumentou de 32,69 meticais (0,45 euros) para 37,09 meticais (0,52 euros).
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