Num comunicado enviado à bolsa de valores de Hong Kong, a Sands China revelou um prejuízo de 348 milhões de dólares (319 milhões de euros) no último trimestre de 2022.

O resultado é melhor do que o registado no trimestre anterior (472 milhões de dólares, ou 432 milhões de euros), mas pior do que no mesmo período de 2021 (245 milhões de dólares, ou 224 milhões de euros).

As receitas também caíram significativamente no último trimestre de 2022, com a Sands China a registar 439 milhões de dólares (402 milhões de euros), menos 31,7% do que no mesmo período de 2021.

No comunicado, o diretor executivo da Sands China, Robert G. Goldstein, admitiu que "as restrições às viagens e a descida dos visitantes continuaram a afetar" o desempenho da operadora.

No último trimestre, Macau recebeu quase 900 mil visitantes, menos 50,8% em relação ao mesmo período de 2021, devido às restrições fronteiriças e à vaga de casos de covid-19 que atingia a China continental, de onde chega a esmagadora maioria dos visitantes.

Desde o início da pandemia, as operadoras têm acumulado prejuízos sem precedentes em Macau, que seguiu até meados de dezembro a política chinesa de 'zero covid', com a imposição de quarentenas, confinamentos e testagem massiva.

Ainda assim, Goldstein disse no comunicado de hoje que a Sands China "continua confiante numa recuperação robusta dos gastos em viagens e turismo" e considera Macau "um mercado ideal para investimento adicional".

A Venetian Macau, uma subsidiária da Sands, anunciou a 17 de dezembro que irá gastar 30,2 mil milhões de patacas (3,6 mil milhões de euros), incluindo 27,8 mil milhões (3,2 mil milhões de euros) em programas não jogo.

A aposta em elementos não jogo foi uma das exigências das autoridades de Macau para a renovação por 10 anos das licenças das seis concessionárias a operar no território, que entraram em vigor a 01 de janeiro.

Com o fim da política de "covid zero", o volume de visitantes atingiu 90.391 visitantes na terça-feira, um novo recorde diário desde o início de 2020, mas ainda assim quase menos metade do que no período equivalente antes da pandemia.

"As primeiras indicações são todas positivas, pois observamos uma melhoria significativa nas visitas às nossas propriedades, volume de apostas, vendas a retalho e ocupação hoteleira", disse Goldstein.

A taxa de ocupação hoteleira, durante os feriados do Ano Novo Lunar, entre 22 e 25 de janeiro, "atingiu 100%", segundo responsáveis das seis operadoras, citados num comunicado divulgado na quarta-feira pelo Governo.

Numa sessão de perguntas e respostas com investidores, Goldstein revelou que a Sands China tem registado lucros no período do Ano Novo Lunar, após três anos consecutivos de prejuízos.

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