Em representação do Governo de Macau esteve o secretário para a Economia e Finanças de Macau, Lei Wai Nong. Também o antigo e primeiro chefe do executivo do território e vice-presidente da Conferência Consultiva Política do Povo Chinês Edmund Ho se deslocou à região vizinha para o funeral, tendo integrado a comissão de organização das cerimónias fúnebres.

Ambos vão ter de respeitar o período de observação médica de 14 dias e realizar dois testes de ácido nucleico, no início e no fim da quarentena, para assegurar que não estão contaminados com o novo coronavírus, confirmaram as autoridades sanitárias de Macau.

"Devido à situação de epidemia, ninguém está isento de observação médica", disse o responsável da Saúde, Alvis Lo Iek Long, durante a conferência de acompanhamento da covid-19, questionado por jornalistas.

"Todos precisam de fazer quarentena nos locais designados pelos serviços de saúde", disse o médico, precisando que ambos serão sujeitos também a dois testes de ácido nucleico, antes e depois da quarentena.

"Assim é mais seguro para a nossa sociedade", apontou.

As autoridades esclareceram ainda que Edmund Ho, "por razões de segurança, vai fazer quarentena num local especial", mas que os restantes dirigentes do executivo (que incluem outros membros do gabinete do Governo) "vão fazê-la nos hotéis designados".

Hong Kong está na lista de "alto risco" de Macau, por causa da pandemia de covid-19, mas as autoridades abriram um corredor marítimo especial entre os dois territórios, a funcionar entre 17 de junho e 16 de julho, para permitir o regresso a casa de pessoas retidas.

A representante dos serviços de turismo, Lau Fong Chi, reiterou que aquele corredor não vai ser prorrogado após aquela data.

"O nosso serviço termina no dia 16 deste mês e não vamos prorrogá-lo, por isso têm de aproveitar esta oportunidade para usar o serviço especial", alertou.

Até hoje, regressaram 1.345 pessoas a Macau, através daquele serviço especial, estando previstas mais 14 esta noite, enquanto 765 abandonaram o território através do aeroporto de Hong Kong, com mais três partidas previstas esta noite.

As pessoas que utilizem o corredor marítimo para regressar a Macau ficam obrigadas a fazer quarentena.

Macau foi dos primeiros territórios a identificar casos de infeção com a covid-19, antes do final de janeiro. O território registou então uma primeira vaga de dez casos. Seguiu-se outra de 35 casos a partir de março, todos importados, uma situação associada ao regresso de residentes, muitos estudantes no ensino superior em países estrangeiros.

O caso mais recente, o 46.º no território desde que o surto começou, registou-se em 25 de junho.

O funeral do magnata dos casinos Stanley Ho, que morreu aos 98 anos em 26 de maio último, decorreu hoje em Hong Kong, depois de na quinta-feira se ter realizado uma vigília pública.

Figura incontornável no antigo território administrado por Portugal, e um dos homens mais ricos da Ásia há décadas, a fortuna pessoal de Ho foi estimada em 6,4 mil milhões de dólares (5,9 mil milhões de euros), quando se reformou em 2018, apenas alguns meses antes do 97.º aniversário, de acordo com o diário South China Morning Post, de Hong Kong, cidade onde vivia.

Nascido a 25 de novembro de 1921 em Hong Kong, Stanley Ho fugiu à ocupação japonesa para se radicar na então portuguesa Macau, onde fez fortuna ao lado da mulher macaense, oriunda de uma das mais influentes famílias da altura.

Nos anos de 1960, conquista com a Sociedade de Turismo e Diversões de Macau (STDM), o monopólio de exploração do jogo, que manteve por mais 40 anos, até à liberalização, que trouxe a concorrência dos norte-americanos.

Stanley Ho marcou a transformação e modernização do território, com a dragagem dos canais de navegação -- imposta pelo contrato de concessão de jogos --, à construção do Centro Cultural de Macau, do Aeroporto Internacional ou à constituição da companhia aérea Air Macau.

PTA (JMC/MIM) // VM

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