Vasco Cordeiro falava, no sábado, na ilha de São Miguel, numa sessão no âmbito da iniciativa "Construir o Futuro - Que Açores Queremos?", através da qual o presidente do PS/Açores tem reunido com simpatizantes e militantes do partido em todas as ilhas açorianas.

"Nesta anteproposta, há um corte de mais de 140 milhões de euros, reduzindo, assim, o valor do Plano de Investimentos, para cerca de 640 milhões", apontou Vasco Cordeiro, segundo um comunicado de imprensa divulgado pelo PS/Açores.

Na sessão, que reuniu simpatizantes e militantes dos concelhos de Ponta Delgada e da Ribeira Grande, ilha de São Miguel, o líder do PS/Açores, e ex-presidente do Governo Regional afirmou que numa altura em que a Região deve "mobilizar recursos para ajudar as famílias e as empresas a resposta do Governo é cortar mais de 140 milhões de euros no Plano de Investimentos".

"O documento ainda não foi entregue aos partidos políticos, será quando for entregue na Assembleia Legislativa, mas, apenas naquilo que é público, o que se percebe é que este Governo Regional parece ter desertado deste combate pelas famílias e empresas açorianas", sustentou o líder do PS/Açores.

Citado no comunicado, Vasco Cordeiro lembrou que o PS/Açores "tem vindo a alertar" para a necessidade de serem implementadas "medidas a favor de famílias e empresas" que permitam mitigar os efeitos do aumento da inflação, criticando a postura do executivo açoriano de coligação PSD/CDS-PP/PPM.

"Desde março deste ano que o PS/Açores tem vindo a alertar para a necessidade de serem tomadas medidas a favor de famílias e empresas, bem como a apresentar propostas concretas incidindo, nomeadamente, na redução do preço dos combustíveis, no reforço do apoio à aquisição de produtos alimentares e na criação de mecanismos de apoio às empresas com a garantia de manutenção do preço final de bens. A resposta que temos recebido é a de uma arrogância crescente deste Governo Regional e da maioria que o sustenta.", apontou.

Vasco Cordeiro voltou a alertar para "a degradação crescente" das finanças públicas regionais.

Na sexta-feira, o secretário regional das Finanças e Planeamento, Duarte Freitas, disse, em conferência de imprensa, que a anteproposta de Plano para o próximo ano, que será enviada aos parceiros sociais, prevê um investimento de 640,9 milhões de euros, apesar da conjuntura económica, "sem paralelo" que se vive na região, devido à pandemia, à guerra na Ucrânia e a crise inflacionista.

"O investimento público em 2023 deve, pois, com sensibilidade conjuntural, imperativamente, apoiar os mais frágeis e a classe média da nossa sociedade, ao mesmo tempo que, com assertividade estratégica, potencia mais coesão e resiliência e alavanca o desenvolvimento e a convergência", destacou, na ocasião, o governante.

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