O banco, que conta com capitais de grupos portugueses, nomeadamente a Geocapital, Efisa, Companhia Europeia de Participações (CEP), Iberinvest e Romaila e ainda de acionistas particulares guineenses, retirou-se do financiamento daquela que é a principal atividade económica na Guiné-Bissau, desde 2012.

A ausência do BAO no financiamento da campanha de comercialização do caju é sentida pelos operadores económicos locais que a definem como principal obstáculo ao sucesso na realização de negócios na Guiné-Bissau.

Rómulo Pires apontou a instabilidade política e governativa, bem como o volume da carteira de credito malparado, que disse rondar os cerca de 20 mil milhões de francos CFA (cerca de 30 milhões de euros), como fatores que levaram o BAO a retrair o financiamento da campanha de comercialização da castanha de caju.

Atualmente, o banco tem estado a resolver "em comum acordo" com os devedores e "paulatinamente a encontrar soluções para o problema", o que "às vezes passa pela execução da hipoteca real que em muito dos casos se constituem por casas e outros bens imóveis", precisou Rómulo Pires.

O diretor-geral do BAO, banco que conta atualmente com mais de 30 mil clientes, sublinhou que apesar da "retoma em força" da sua instituição ao financiamento da campanha do caju, outros fatores deverão estar reunidos para que se possa considerar, depois, que a campanha decorreu da melhor forma.

Entre esses fatores, Rómulo Pires, destacou a estabilidade política e o preço do caju no mercado nacional e internacional.

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