Estes prejuízos foram "justificados essencialmente pelos custos operacionais recorrentes de 2,41 milhões de euros", referiu a empresa, indicando que os seus capitais próprios "terminaram 2021 em 91,9 milhões de euros, uma redução de 73,43 milhões de euros face a dezembro de 2020, refletindo a desvalorização da participação na Oi em 70,7 milhões de euros e o resultado líquido negativo".

De acordo com a empresa, a participação da Pharol "na Oi finalizou 2021 valorizada em 38,6 milhões de euros, em resultado da queda na cotação das ações ordinárias da Oi (descida de 70,7 milhões de euros), equivalente a uma participação de 5,38% (excluindo ações de tesouraria detidas pela própria Oi)".

No documento, a empresa referiu ainda que "no capítulo da Rio Forte apesar de alguns avanços tímidos nos processos judiciais no Luxemburgo e em Portugal, nada de muito relevante afetou a sua valorização, não havendo alteração no seu valor expectável de recuperação em 2021".

Em 31 de dezembro de 2021, a Pharol detinha como principais ativos 320.200.159 ações ordinárias operadora brasileira Oi S.A., "representativas de 5,38% do capital social total da Oi (excluindo ações de tesouraria detidas pela própria Oi)" e os instrumentos de dívida da Rio Forte Investments S.A., do antigo Grupo Espírito Santo, com um "valor nominal de 897 milhões de euros e atualmente valorizados por 51,9 milhões de euros".

Numa mensagem publicada no relatório, o presidente da Pharol, Luís Palha da Silva, disse que "após forte crescimento registado em 2020, em contraciclo com as tendências de mercado marcadas pela pandemia covid-19, verificou-se no ano de 2021 uma queda acentuada da cotação da Pharol, sendo primeiro fator responsável por esta volatilidade a evolução registada pelo preço da ação da Oi, principal ativo" do grupo.

"A Oi tem vindo a executar os seus programas de saída do processo de recuperação judicial e de reestruturação estratégica", prosseguiu, ressalvando que "demoras na execução das vendas de ativos, na definição dos novos modelos de negócio, no controlo de custos e o claudicar da arbitragem com vista à elaboração de um novo modelo de relacionamento com o Estado brasileiro resultaram na penalização da empresa pelos mercados".

"A tendência de redução das despesas de funcionamento da Pharol pôde ser mantida, tendo-se verificado forte contenção nas duas principais linhas de custo, contencioso e pessoal", referiu também Luís Palha de Silva.

O presidente sublinhou que "a breve prazo, a Pharol irá ser confrontada com o desafio de redefinir a sua reorientação estratégica, pelo que deverá equacionar, designadamente, soluções de rotação dos ativos detidos, em função do potencial de valorização de cada um deles".

 Os títulos da Pharol avançaram hoje 3,33% para 0,08 euros.

ALYN // JNM

Lusa/Fim