
O prejuízo da Impresa subiu para 5,1 milhões de euros nos primeiros seis meses, mas se ajustado de custos de reestruturação ficou em 3,9 milhões de euros, divulgou o grupo proprietário do Expresso e da SIC.
"No acumulado semestral, a Impresa registou um resultado líquido consolidado negativo, no valor de 5,1 milhões de euros", adianta o grupo, valor que compara com prejuízos de quatro milhões de euros no primeiro semestre de 2024.
O resultado líquido ajustado de custos de reestruturação foi de 3,9 milhões de euros negativos, praticamente idêntico ao registado no primeiro semestre de 2024.
Entre janeiro e junho, as receitas recuaram 0,8% para os 85,9 milhões de euros.
"O aumento dos proveitos provenientes da venda de conteúdos, da distribuição de canais e das assinaturas digitais compensou parcialmente a diminuição das receitas publicitárias e com IVR [chamadas de valor acrescentado]", adianta a Impresa em comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).
O resultado antes de impostos, juros, depreciações e amortizações (EBITDA) caiu 35,5% para 2,9 milhões de euros.
"Apesar da redução de 7,3% relativamente ao período homólogo de 2024, o valor do EBITDA recorrente, ajustado de custos de reestruturação, foi superior aos montantes verificados nos primeiros semestres de 2023 e de 2022", refere o grupo de media.
Os custos operacionais, sem considerar amortizações, depreciações, provisões e perdas por imparidade em ativos não correntes, "aumentaram 1,1%, impactados pelos custos de reestruturação, no âmbito do atual projeto estratégico de redução de custos".
No final de junho, "a dívida remunerada líquida cifrou-se em 148,2 milhões de euros, traduzindo um aumento de 3,8% face ao final de junho de 2024".
As receitas do segmento de televisão caíram 1,1% para 73,8 milhões de euros. "Ainda assim, o crescimento dos proveitos com a venda de conteúdos e com a subscrição de canais, reflexo de uma aposta na diversificação, compensou, em parte, a redução das receitas publicitárias".
Os custos operacionais "tiveram um aumento de 1,7%, para o qual contribuíram os custos associados à venda de conteúdos e, sobretudo, os custos de reestruturação".
O EBITDA recorrente foi de 3,7 milhões de euros, menos de 21,8% quando comparado com o período homólogo de 2024, ano em que as receitas publicitárias foram beneficiadas pela realização do Rock in Rio e do Campeonato Europeu de Futebol de 2024.
Ainda no segmento de televisão, o EBITDA recuou 43,6% para 2,6 milhões de euros.
No segmento Publishing, as receitas ascenderam a 10,9 milhões de euros, menos 2,5% que no primeiro semestre de 2024.
No que respeita aos custos, registou-se "um acréscimo de 0,2 milhões de euros [-1,8%], justificado pelos custos de reestruturação".
O EBITDA diminuiu 55,8% para 400 mil euros e o EBITDA recorrente caiu 29,8% para 600 mil euros.
Já a Infoportugal "atingiu receitas operacionais no valor de 1,2 milhões de euros, o que representou um aumento de 39,4% relativamente à primeira metade de 2024, justificado por um aumento dos serviços de cartografia, adianta a Impresa.
Em termos de resultados consolidados, "os custos deste segmento diminuíram 27,5%, para 1,2 milhões de euros" e o EBITDA recorrente foi positivo no montante de 100 mil euros.
Sem acordo para vender edifício
Entretanto o grupo liderado por Francisco Pedro Balsemão anunciou que não chegou a acordo com o BPI Gestão de Ativos quanto às condições da venda do edifício sede em Paço de Arcos, mas continua empenhada em encontrar alternativas, afirmou o grupo.
Em comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), o grupo refere que, "no âmbito do processo descrito no comunicado emitido a 20 de junho de 2025, relativo ao processo de possível venda do prédio que serve de sede social" do grupo, a Impresa "informa que, não tendo as partes chegado a acordo final quanto às condições da transação, a mesma não se irá concretizar".
Apesar de não ter chegado a acordo final com o BPI GEstão de Ativos, o grupo mantém a intenção de venda e subsequente arrendamento das suas instalações.
No comunicado de resultados, o grupo refere que "no que toca à contínua adequação da estrutura de financiamento da Impresa aos objetivos e desafios a que se propõe, os ajustes aos ciclos de tesouraria e o aperfeiçoamento da estrutura de financiamento, de médio e longo prazo, continuarão a assumir particular destaque na agenda" da empresa.
Nesse sentido, "a Impresa continua empenhada em avaliar alternativas para o seu nível de endividamento, incluindo a operação de venda e subsequente arrendamento das suas instalações em Paço de Arcos".