"Cabo Verde se orgulha do sempre crescente prestígio das suas Forças Armadas, tanto a nível interno, como pela credibilidade granjeada a nível internacional, evidenciada em várias solicitações para participar em missões de manutenção da Paz e da segurança no nosso continente, revelando-se aí como autênticos embaixadores", afirma José Maria Neves, na mensagem alusiva ao 55.º aniversário da criação das Forças Armadas, que se assinala hoje.

Na sua primeira mensagem como Presidente -- empossado em novembro último - e Comandante Supremo das Forças Armadas, José Maria Neves destaca tratar-se de uma "instituição prestigiada e que desfruta da confiança da classe política, bem como de todos os cabo-verdianos".

"As nossas Forças Armadas têm sido o baluarte do Estado de Direito Democrático. Graças à sua postura, exemplar e republicana, o nosso país pôde, em permanência, gozar de recursos estratégicos, como sejam, a paz e a estabilidade, o que tem permitido caminharmos em segurança e com tranquilidade rumo ao desenvolvimento", sublinha.

Para o chefe de Estado, "para além do cumprimento, com dedicação, profissionalismo e espírito de missão, das tradicionais incumbências relacionadas com a defesa da independência, da soberania e integridade territorial, bem como na preservação de um clima de paz e de segurança", as Forças Armadas de Cabo Verde -- com um efetivo de pouco mais de mil operacionais -- "têm-se revelado extremamente competentes e eficazes no cumprimento de outras missões, nem por isso menos desafiantes".

"Esta instituição tem desempenhado um papel muito importante, com uma dedicação exemplar e forte sentido de solidariedade e patriotismo em todas as suas intervenções relacionadas com a proteção ambiental, as calamidades naturais, epidemias ou pandemias, como é o caso mais recente, da covid-19", lê-se na mensagem.

O ministro da Defesa Nacional de Portugal, João Gomes Cravinho, apontou em 05 de novembro, na Praia, o objetivo de elevar a cooperação com Cabo Verde da habitual formação e treino das Forças Armadas ao trabalho conjunto, nomeadamente em missões internacionais de paz.

Os dois governos assinaram nesse dia o novo Programa-Quadro de Cooperação no Domínio da Defesa, que vai vigorar de 2021 a 2026, com o ministro da Defesa de Portugal a sublinhar a importância estratégica do oceano Atlântico para ambos os países, central para a definição deste novo período de cooperação e face à nova realidade internacional.

"Esse contexto leva a que Portugal e Cabo Verde, consubstanciado neste novo programa-quadro, tenham colocado a hipótese de trabalharem juntos também em missões de paz e estabilidade internacionais. Tanto Portugal como Cabo Verde somos países que podemos aspirar a contribuir de forma muito positiva para corresponder a estes desafios que a situação internacional nos coloca", afirmou João Gomes Cravinho.

O governante explicou tratar-se de um programa-quadro "que de algum modo faz uma evolução paradigmática" do que foi feito até agora, para perspetivar um novo nível de cooperação com as Forças Armadas de Cabo Verde.

"De uma lógica essencialmente de formação e treino, que continuará, mas para uma lógica também de interoperabilidade e de trabalho conjunto face a desafios e preocupações que são partilhadas", disse.

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