
"Um instrumento de alinhamento e mobilização do Governo, dos municípios, das empresas, das organizações da sociedade civil e dos parceiros para o desenvolvimento sustentável", considerou Ulisses Correia e Silva, na sua intervenção, na cidade da Praia, durante o ato público de apresentação do documento.
Segundo o chefe do Governo, o PEDS I (2017--2021) foi executado num contexto difícil de três anos consecutivos de seca severa e dois anos de crise sanitária, económica e social provocada pela pandemia de covid-19.
"Cabo Verde foi colocado à prova, resistiu, lutou e hoje estamos a controlar a pandemia e a estabilizar e relançar a economia", sublinhou, entendendo que o PEDS II foi concebido para consolidar a estratégia de desenvolvimento sustentável em curso e acelerar transformações estruturais que tornem o país mais resiliente e menos vulnerável a choques externos.
"A orientação é para o futuro, movido pela ambição de atingir os ODS [Objetivos de Desenvolvimento Sustentável em 2030]", referiu Correia e Silva, traçando ainda como prioridade posicionar Cabo Verde como um país seguro do ponto de vista sanitário e com bom sistema de saúde.
Acelerar o crescimento económico, garantir a coesão social e territorial, acelerar a transição energética, diversificar a economia e aumentar o potencial de crescimento económico foram os outros objetivos apontados pelo chefe do Governo.
Numa apresentação que contou com a maior parte do elenco governamental, entidades nacionais, do setor público e privado, e do corpo diplomático, o primeiro-ministro chamou ainda a atenção para a importância da educação, formação e "atitude desenvolvimentista".
"O capital humano é o motor de qualquer processo de desenvolvimento. E não é apenas uma questão de acesso e qualidade de educação e de qualificação, mais de atitude", frisou, entendendo que o maior desafio que o país enfrenta é o compromisso com as gerações futuras.
O vice-primeiro-ministro e ministro das Finanças, Olavo Correia, completou, dizendo que outros objetivos do plano são a recuperação e diversificação económica, o desenvolvimento sustentável e a promoção da igualdade de género.
Também destacou como essencial a centralidade da ação governativa para o diálogo entre os atores de desenvolvimento do país e pediu a "participação ativa" no exercício das empresas, das academias, do setor social.
O PEDS II, apresentado pelo diretor nacional do Planeamento do Ministério das Finanças, Gilson Pina, prevê, entre outros pontos, a erradicação da pobreza extrema e redução da pobreza absoluta, dar protagonismo a todos os setores, explorar as potencialidades de cada ilha e região, dar centralidade à diáspora.
O exercício prevê igualmente valorizar ativos como o líder histórico da independência da Guiné-Bissau e Cabo Verde, Amílcar Cabral, a falecida cantora Cesária Évora, o desporto, as reservas naturais da biosfera e os patrimónios mundiais, a Cidade Velha (material) e morna (imaterial).
Erradicação da pobreza extrema, que afeta atualmente 115 mil pessoas, e redução da pobreza absoluta, aposta nos jovens, diversificação da economia, inclusão social, segurança e justiça efetiva, gestão territorial, boa governação e melhoria da qualidade nas ilhas, cidades, vilas e localidades são os principais objetivos do plano.
O plano foi apresentado em público após ser aprovado em Conselho de Ministros em janeiro, prevendo a elaboração de mais documentos e atividades de promoção, no país e na diáspora, entre eles um Fórum de Investimentos, no Sal, tudo orçado em 104 milhões de escudos (947 mil euros).
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