
Na intervenção de encerramento do programa do XXV Governo Constitucional, o secretário-geral do PCP, Paulo Raimundo, recuperou a frase utilizada na terça-feira pelo primeiro-ministro, Luís Montenegro, que o acusou de ter um discurso que "tresanda ao velho comunismo imobilismo", para hoje criticar o executivo PSD/CDS-PP.
"As suas opções são uma afronta à vida difícil da maioria e uma declaração de guerra a quem trabalha. A sua velha e imobilista receita de baixos salários, exploração, ataque a direitos, mais precariedade, desregular ainda mais os horários de trabalho, serve e de que maneira aos grandes interesses, mas não serve os trabalhadores, à juventude e ao país", criticou.
Raimundo acusou o Governo de Montenegro de recuperar "a velha e imobilista receita neoliberal no seu melhor e ao serviço de uma minoria que lucra milhões e milhões de euros à custa da injustiça", e "a quem o Governo quer reduzir ainda mais o IRC".
O secretário-geral do PCP defendeu que será essa minoria, "que tem nas mãos a banca, os aeroportos, a indústria, a energia, as telecomunicações, hospitais, seguradoras", que crescerá "à custa dos benefícios fiscais, dos fundos comunitários, do desvio de recursos públicos e apoios do Estado".
"A sua velha e imobilista política ao serviço desta minoria iria transformar Portugal num país mais pobre, injusto e desigual. Um caminho desastroso que o PCP não poderia deixar passar", disse, justificando a apresentação de uma moção de rejeição ao programa, a única que será votada.
Para o PCP, essa votação, no final do debate, será "um momento de clarificação", embora já antecipando o resultado.
"Está claro, Chega, IL e PS são o trio que suporta a política que cheira a 'troika'", disse.
Raimundo antecipou que estes partidos irão "apoiar-se uns aos outros, mas deixou um aviso para o futuro.
"Quem hoje apoia e suporta esta política amanhã será responsabilizado pelas consequências desastrosas das suas opções. Mais cedo ou mais tarde esta política será derrotada pela luta dos trabalhadores, do povo e da juventude", previu.
O secretário-geral do PCP considerou ainda que o debate do programa do Governo, que decorre desde terça-feira no parlamento, revelou "um governo com uma atitude de arrogância e falta de respeito pela vida difícil das pessoas".
"Isto não vai lá com a sua obsessão pela degradação dos serviços públicos, especulação imobiliária, privatizações, do um Estado mínimo para os trabalhadores e o povo e um Estado máximo para os grupos económicos e as multinacionais", acusou.
SMA // JPS
Lusa/fim