
A Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo) viabilizou o PES e o OE do próximo ano, com 147 votos.
A Resistência Nacional Moçambicana (Renamo), principal partido da oposição, opôs-se ao documento, com 39 votos contra, e o Movimento Democrático de Moçambique (MDM) agiu no mesmo sentido, com cinco votos contra.
O parlamento ainda vai agendar a votação na especialidade do PES e do OE.
O instrumento legal hoje aprovado prevê "atingir um crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de 2,9%".
Trata-se de uma projeção mais ambiciosa que os 1,5% de crescimento previstos para este ano e que é "influenciada pelos preços das principais mercadorias no mercado internacional" e pelo avanço da vacinação contra a covid-19.
O Governo aponta como meta 5,3% de inflação média anual, quer alcançar o valor de 5.203 milhões de dólares (4.596 milhões de euros) em exportações de bens e constituir Reservas Internacionais Líquidas para seis meses de importações de bens e serviços.
O executivo moçambicano prevê que os donativos cresçam 2,5 vezes, de 514,8 milhões de dólares (454 milhões de euros) contabilizados em 2020, valor semelhante ao projetado para o ano em curso e que salta para 1.316 milhões de dólares (1.162 milhões de euros) previstos para 2022, com as doações para projetos e programas especiais a apresentar os maiores incrementos.
Prevê-se um défice orçamental equivalente a 13,5% do Produto Interno Bruto (PIB), maior que em anos anteriores (12,7% nas contas de 2020 e 9,1% previsto para 2021).
É antecipado um aumento do défice da conta de bens, que "decorre do incremento assinalável das importações, sobretudo dos grandes projetos, refletindo a implantação do Projeto Coral Sul na bacia do Rovuma".
Trata-se da plataforma flutuante liderada pela petrolífera Eni, em trânsito desde os estaleiros da Coreia do Sul e que em janeiro deverá instalar-se ao largo da costa de Cabo Delgado para iniciar a exploração de gás durante o ano.
PMA (LFO) // JH
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