"Este incêndio foi um acontecimento fortuito, numa sala de retificadores. Já montámos um segundo retificador e estamos a avaliar a aquisição de um outro retificador alternativo caso venha a haver incidentes", disse à agência Lusa o presidente do Conselho de Administração da CV Telecom, João Domingos Correia.

Segundo João Domingos Correia, "ninguém pode prever isso", mas a empresa está "a tomar as medidas para que não aconteça", para "evitar que o país caia na rutura de comunicação".

Além do atual retificador, que já está operacional, o presidente afirmou que outro, que já está em processo de compra, vai ser instalado na CV Telecom, mas não no edifício.

 Já o terceiro vai ser instalado no terminal do cabo submarino para ligar à Europa e América Latina, cujo projeto foi hoje lançado na zona industrial de Achada Grande Frente, na cidade da Praia, ilha de Santiago, e deverá ficar pronto dentro de cinco meses.  

Retificador é um equipamento para garantir o abastecimento ininterrupto e correto dos provedores de internet (entidades que oferecem este serviço) de forma remota.

Relativamente aos problemas de internet, João Domingos Correia garantiu que já está "praticamente tudo reestabelecido" e que a empresa já está a tomar medidas no sentido de mitigar os riscos e as ameaças que eventualmente possam ocorrer.

Este responsável adiantou que o incêndio do dia 11 de junho não é o primeiro incidente que provoca problemas no sistema de internet do país, apontando uma rutura em janeiro do cabo submarino internacional, que também deixou o país quase um dia sem internet.

 No âmbito do incêndio de há um mês, a operadora Unitel T+ criticou a "dependência de um único" provedor de internet em Cabo Verde, reclamando um "acesso igualitário à rede básica" de telecomunicações como prevê a lei, nomeadamente aos cabos submarinos.

 O presidente da CV Telecom referiu que a adesão da Unitel T+ ao cabo submarino internacional não resolverá o problema, uma vez que esta operadora concorrente não tem a mesma rede de comunicação interna.

 Por outro lado, informou que a Unitel T+ já está autorizada a ligar ao cabo submarino e a fazer instalação dos seus equipamentos, mas para comprar capacidade de internet, ficando com ligação internacional.

"Mas a nível do país eles não têm a capilaridade de rede que nós temos. Não resolverá o problema, teriam de fazer muito mais investimentos para lá chegar", esclareceu o presidente da empresa à Lusa, para quem a CV Telecom tem de se assumir como "empresa pilar" neste processo.

 João Domingos Correia reafirmou que a CV Telecom tem um caso em tribunal contra a entidade reguladora (ARME), por discordar dos procedimentos na autorização do acesso ao cabo submarino à concorrente Unitel T+.

 "Mas com a Unitel já estamos a negociar, já escolheram o espaço e vão instalar-se", declarou, esclarecendo que os equipamentos da Unitel não estarão ligados aos cabos submarinos internacionais enquanto a operadora não comprar essa capacidade de internet.

 

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