"A situação não esteve relacionada com nenhuma atividade realizada pelo projeto Mozambique LNG", lê-se em resposta a questões colocadas pela Lusa.

O ataque por um grupo armado "ocorreu a aproximadamente 60 quilómetros do local de construção do projeto", acrescentou.

A multinacional esclareceu ainda que a visita de Arnaud Breuillac, presidente de exploração e produção da Total, a Moçambique, na sexta-feira, "não teve relação com esta situação de segurança".

A empresa Fenix Construction anunciou no domingo, em comunicado, que uma das suas viaturas foi atacada "por cinco insurgentes" em 27 de julho, a quatro quilómetros de Mocímboa da Praia, vila que no mesmo dia estava sob ataque de grupos armados que aterrorizam a região.

Dos 14 ocupantes do veículo, além dos oito mortos, três fugiram para o mato e sobreviveram, enquanto outros três continuam desaparecidos.

Uma empresa de segurança privada contratada pela Fenix conseguiu resgatar para Palma os corpos dos oito homens mortos e "sob instruções das autoridades locais de Palma, foram enterrados na sexta-feira", referiu a empresa.

Arnaud Breuillac, presidente de exploração e produção da Total, visitou Moçambique na sexta-feira e reuniu-se com o ministro dos Recursos Minerais e Energia, Max Tonela.

Após o encontro, questionado pelos jornalistas, Breuillac referiu que "o Governo está a trabalhar muito bem para criar, dentro do possível, as melhores condições para execução segura" do projeto. 

"A segurança é da responsabilidade do Governo e nós estamos confiantes no trabalho que está a ser realizado", acrescentou.

As incursões de grupos armados nos últimos dois anos e meio naquela província - sem visar o recinto do megaprojeto de gás - já provocaram a morte de, pelo menos, 700 pessoas e uma crise humanitária que afeta cerca de 211.000 residentes.

A origem da violência continua sob debate, sendo que desde junho de 2019 vários ataques passaram a ser reivindicados pelo grupo 'jihadista' Estado Islâmico.

A Total lidera o consórcio que vai explorar as reservas de gás da Área 1 da bacia do Rovuma a partir de 2024.

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