"A chegada desta linha é um momento catalisador para Londres e abre um novo capítulo para a cidade", afirmou o presidente executivo do Crossrail, Mark Wild.

Com mais de 100 quilómetros de distância, coloca mais 1,5 milhões de pessoas dos arredores a 45 minutos do centro da capital britânica e vai reduzir drasticamente os tempos de viagem entre várias partes da cidade, incluindo o acesso ao aeroporto Heathrow.

As principais paragens na cidade incluem os centros de escritórios de Canary Wharf, Farringdon e Liverpool Street, o parque de eventos e exposições ExCel, e as zonas comerciais Tottenham Court Road e Bond Street.

Mesmo revisto em baixa, o número estimado é de 200 milhões de passageiros anuais, e calcula-se que os negócios e investimento resultantes deverão contribuir com mais 42.000 milhões de libras (cerca de 50.000 milhões de euros) para a economia britânica.

"Este projeto mostra que Londres continua a inovar e tem capacidade para atrair mais pessoas, incluindo turismo nacional, com uma forma sustentável de viajar", vincou a diretora de turismo da agência de investimento London & Partners, Tracy Halliwell.

Wild prefere destacar a grandiosidade e elegância de algumas das estações e o conforto das carruagens com ar condicionado em contraste com o funcional, apertado e abafado metropolitano de Londres.

"A velocidade vai ser surpreendente", garante, cerca de 145 quilómetros por hora, mais do dobro da velocidade do secular 'tube'.

A ideia de um comboio que atravessasse a cidade de este a oeste remonta a 1919, mas só foi aprovado em 2008 e iniciado em 2009, primeiro conhecido por Crossrail, mas entretanto batizado em homenagem à rainha Isabel II.

O resultado é um comboio misto de superfície e subterrâneo, cujo custo totalizou de 19.000 milhões de libras (22.500 milhões de euros), mais 4.000 milhões de libras (5.000 milhões de euros) do que o previsto.

É o maior projeto de infraestrutura do Reino Unido em décadas, envolvendo a escavação de 42 quilómetros de novos túneis debaixo da maior cidade da Europa, encontrando pelo caminho ossos de mamute, ruínas romanas e esqueletos de vítimas da peste bubónica de 1665.

A inauguração estava programada para o final de 2018, mas os adiamentos sucederam-se perante a dificuldade em acabar novas estações e instalar um sistema de sinalização digital "fiável".

Durante a construção, Londres passou por uma recessão económica, a saída britânica da União Europeia ('brexit') e a pandemia covid-19.

Wild atribuiu o atraso e custo excedente à "complexidade" do projeto, que implicou navegar em áreas densamente construídas, cheias de vestígios arqueológicos, com muitas linhas de metropolitano, arranha céus, esgotos seculares e passar por debaixo do rio.

A secção central, sobretudo a subterrânea, entre a estação de caminhos de ferro de Paddington, no oeste de Londres, até Abbey Wood, no sudeste, abre dias antes das celebrações do Jubileu de Platina da rainha.

As outras secções de Reading, Heathrow e Shenfield deverão começar a funcionar no outono, em data a anunciar.

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