
"Os dados recebidos desde a nossa última reunião sugerem que o nível final das taxas de juros será mais alto do que o esperado", disse Jerome Powell, em conferência de imprensa, após o fim da reunião de dois dias do Comité Federal de Mercado Aberto (FOMC, na sigla em inglês).
Jerome Powell reconheceu que a inflação nos EUA ainda está em níveis acima do esperado.
Ainda assim, abriu a porta à possibilidade de que os próximos aumentos de juros sejam inferiores a 75 pontos base, o que pode acontecer "na próxima reunião" ou "na próxima".
"O momento [para aumentos menores] está a aproximar-se e pode acontecer na próxima reunião", que será realizada em dezembro, "ou na próxima, mas ainda não foi tomada nenhuma decisão", disse.
O presidente do banco central norte-americano reconheceu, no entanto, que é muito cedo para falar em travar os aumentos das taxas, sendo ainda necessário "atingir aquele nível suficientemente restritivo" que irá permitir travar a inflação e impedir que se enraíze.
Powell reconheceu que ainda não existe um método científico para determinar em que ponto a inflação se instalou, mas explicou que, caso os juros subam demais, a sempre pode recorrer às ferramentas à sua disposição para estimular a economia.
A Fed anunciou hoje uma subida de 75 pontos base na sua taxa de juro, um aumento idêntico ao que tinha decidido nas três últimas reuniões, para um intervalo entre 3,75% e 4%.
Considera, assim, que serão apropriados "aumentos contínuos" nas taxas de juros, de forma a seguir uma política "suficientemente restritiva" para trazer a inflação de volta à meta de 2%.
"O Comité está fortemente empenhado em devolver a inflação ao seu objetivo de 2%", referiu a Fed, em comunicado.
A instituição explica que para determinar o ritmo de aumentos futuros irá ter em conta o aperto da política monetária, o impacto para a atividade económica e inflação e a evolução económica e financeira.
AAT // MSF
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