O banco britânico NatWest anunciou que vai duplicar o montante destinado a apoiar os seus clientes na descarbonização e na transição climática, reconhecendo que é necessário fazer mais para enfrentar os desafios energéticos e ambientais.

Segundo a Reuters, o grupo definiu uma nova meta de financiamento de £200 mil milhões (aproximadamente 234 mil milhões de euros) em iniciativas de transição energética e climática nos próximos cinco anos.

Este novo objetivo representa uma expansão significativa face aos compromissos anteriores e inclui agora setores cruciais e de difícil descarbonização, como ferro, aço e cimento, tradicionalmente vistos como obstáculos à neutralidade carbónica devido às suas elevadas emissões.

“Apoiar a economia real exigirá grandes investimentos, não apenas nos setores que oferecem soluções climáticas, mas também num espectro mais vasto, incluindo setores com elevadas emissões e difíceis de transformar”, afirmou o banco num comunicado.

Esta mudança estratégica surge num momento em que bancos de todo o mundo procuram equilibrar o apoio a setores intensivos em carbono com a necessidade de manter compromissos ambientais. Ao contrário de outras instituições, como o HSBC, que recentemente abandonou a coligação climática do setor financeiro, o CEO do NatWest, Paul Thwaite, reafirmou o compromisso total com a Net Zero Banking Alliance.

A nova abordagem do banco passa também a incluir projetos como energia nuclear e gás com captura e armazenamento de carbono, mas deixa de fora iniciativas centradas no financiamento social, anteriormente contempladas.

De acordo com James Close, responsável pela estratégia climática do banco, o NatWest já atingiu £110 mil milhões (cerca de €128 mil milhões) em financiamento climático e sustentável até ao segundo trimestre de 2025, superando a meta inicial de £100 mil milhões.

Este reforço insere-se num contexto global de crescente exigência para que o setor financeiro desempenhe um papel mais ativo no combate às alterações climáticas, sobretudo num período em que alguns governos começam a abrandar as suas ambições de atingir emissões líquidas zero. Recorde-se que vários grandes bancosjá abandonaram este compromisso desde o início do ano, fruto das pressões da administração Trump.