"Só é possível impulsionar esta recuperação económica, [e vencer] esse desafio que vem à frente que é transformar uma recuperação cíclica com base no consumo, numa retomada de um crescimento sustentável, com base nos investimentos na medida em que nós tenhamos esse retorno seguro ao trabalho", afirmou Guedes.
"Esse retorno seguro ao trabalho exige a vacinação em massa da população brasileira, vacinação não onerosa, gratuita, de forma voluntária, para os brasileiros é o que necessitamos", acrescentou o ministro brasileiro numa conferência de imprensa de fim de ano, em Brasília.
Guedes lembrou que o Governo brasileiro editou uma medida provisória que libertou 20 mil milhões de reais (3,2 mil milhões de euros) para compra de vacinas e insumos a usar na campanha de imunização do país contra a covid-19.
O ministro brasileiro também defendeu a equipa económica, dizendo que estão a entregar resultados, mas que existe uma "narrativa política e negacionista" que retira o crédito das boas ações do Governo.
"Estamos entregando, mas existe uma campanha negacionista", disse Guedes.
Sobre a política de responsabilidade fiscal e cortes de gastos adotada em sua gestão, Guedes defendeu que o Governo não pode usar a pandemia para eliminar o controlo das contas públicas.
O governante informou que o plano principal do Governo é retomar um ritmo mais forte para a economia, e encerrar o estado de calamidade pública no fim deste ano.
"Se não for essa a realidade, vamos ver o que fazemos (...) A grande esperança é a vacinação em massa, para permitir um retorno seguro ao trabalho, e a economia pode sustentar o voo que estava antes", pontuou.
O Brasil é o país lusófono mais afetado pela pandemia e um dos mais atingidos no mundo, ao contabilizar o segundo maior número de mortos (184.827, em mais de 7,1 milhões de casos), depois dos Estados Unidos.
A pandemia de covid-19 provocou pelo menos 1.662.792 mortos resultantes de mais de 74,8 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.
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