De acordo com a mesma fonte, a cerimónia oficial de inauguração da nova sede, que vai funcionar no antigo edifício da petrolífera angolana Sonangol na cidade de Espargos, vai contar com a presença do primeiro-ministro, Ulisses Correia e Silva.

"A deslocação do Ministério do Turismo e Transportes para a ilha do Sal traduz a política de desconcentração e descentralização dos serviços do Estado, tendo em vista procurar tirar maior proveito da vocação de cada ilha e propiciar o desenvolvimento harmonioso do país", explicou a mesma fonte.

Sublinhou ainda que o turismo "continua a ser concebido" pelo Governo como "um dos pilares fundamentais da economia cabo-verdiana e os transportes aéreos perspetivam-se como um elemento fulcral na proximidade do país ao mundo", além de assegurar "a sua continuidade territorial, a sua proximidade à diáspora, bem como a sua instrumentalidade para o setor do turismo e para o desenvolvimento da economia" cabo-verdiana.

"A ilha do Sal, com a implementação do Ministério do Turismo e Transportes, passa a aglomerar os principais serviços conexos aos transportes aéreos e ao turismo, reforçando, assim, a estratégia e a importância com que o Governo vem trabalhando o conceito do 'hub' aéreo para a ilha", refere a mesma informação governamental.

A mudança já tinha sido confirmada à agência Lusa pelo ministro do Turismo, Carlos Santos, em 13 de setembro de 2021: "Foi uma decisão do Governo acertada, do nosso ponto de vista, que visa aproximar esta entidade, este organismo do Governo, dos investidores, dos empresários, dos trabalhadores".

A medida também consta do programa do Governo para a nova legislatura, até 2026, levado pelo executivo ao parlamento em junho passado, após as eleições legislativas de abril, que reconduziu o Movimento para a Democracia (MpD) no poder.

Atualmente, apenas o Ministério da Economia Marítima, desde a legislatura anterior, tem sede fora da Praia, ilha de Santiago, neste caso no Mindelo, ilha de São Vicente.

Cabo Verde recebeu em 2019 um recorde de 819 mil turistas, mais de 40% com destino à ilha do Sal. Contudo, devido às restrições impostas pela pandemia de covid-19, a procura turística por Cabo Verde recuou mais de 70% em 2020, sendo este um setor que garante cerca de 25% do Produto Interno Bruto do país.

Neste setor, o programa do Governo, noticiado anteriormente pela Lusa, prevê igualmente a criação da Zona Exclusiva de Economia Aérea, "com o epicentro na ilha do Sal", tirando partido do 'hub' que a Cabo Verde Airlines ali começou a instalar, antes da pandemia. O documento refere que contempla "o desenvolvimento de uma plataforma de redistribuição de pessoas e cargas entre os três continentes banhados pelo Atlântico".

Acrescenta que será criado desta forma um "setor exportador de alto valor acrescentado, um mercado de serviços de apoio", nomeadamente centro de manutenção de aeronaves e a operacionalização do Instituto de Aeronáutica Civil e da Indústria do Turismo, integrado na Universidade Técnica do Atlântico.

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