A European Payments Alliance (EuroPA) e a European Payments Initiative (EPI) oficializaram nesta segunda-feira um acordo estratégico para interligar os seus sistemas de pagamentos instantâneos, criando uma plataforma com potencial para chegar a 380 milhões de utilizadores em 15 países europeus.

O acordo entre a EuroPA e a EPI marca um passo decisivo na construção de uma infraestrutura de pagamentos soberana, interoperável e pan-europeia. “Através do projeto EuroPA, da colaboração e da interoperabilidade, podemos avançar de forma decisiva rumo a um mercado de pagamentos verdadeiramente integrado – um mercado construído sobre a diversidade e a inovação, que promove a eficiência e a resiliência, assegura a soberania e, acima de tudo, coloca as necessidades dos consumidores e dos comerciantes no centro”, refere Madalena Cascais Tomé, CEO do grupo SIBS.

Recorde-se que a EuroPA integra as soluções de pagamentos portuguesa MbWay, a espanhola e de Andorra Bizum,a italiana Bancomat e, a partir de 2026, a nórdica Vipps MobilePay (Noruega, Dinamarca, Finlândia e Suécia), a Blik (Polónia) e a IRIS (Grécia). A EPI, através da marca Wero, integra os pagamentos de países como a Alemanha, Bélgica, França, Países Baixos e Luxemburgo.

“A colaboração entre a EuroPA e a EPI é impulsionada por um interesse comum em explorar uma solução conjunta que aproveite a forte adoção e as capacidades existentes de cada participante através de uma interconectividade reforçada. O objetivo é cobrir todos os casos de utilização (pagamentos entre pessoas e comerciais, tanto online como em lojas) nos mercados das soluções participantes. O estudo em curso deverá estar concluído no final deste verão”, refere a EPI em comunicado.

Esta iniciativa tem como objetivo permitir que os cidadãos europeus enviem e recebam pagamentos facilmente em todo o continente, beneficiando consumidores e comerciantes.

Inicialmente, este acordo abrangerá 15 países europeus, que representam globalmente mais de 382 milhões de habitantes (84% da população da União Europeia e a Noruega), permitindo-lhes continuar a utilizar as suas soluções de pagamento digital preferidas, tanto a nível local como em toda a Europa, e proporcionar uma abordagem para os mercados que ainda não dispõem de soluções. Esta abordagem, assente nas melhores soluções e na diversidade da Europa, continuará a impulsionar a inovação, a conveniência e a eficiência tanto para os consumidores como para os comerciantes.

Recorde-se que, ementrevistaaoJornal PT50, Madalena Cascais Tomé já havia defendido que o futuro dos pagamentos na Europa teria de passar por soluções integradas, sublinhando que queria a empresa portuguesa a “liderar o movimento” dos pagamentos pan-europeus.