Marcelo Rebelo de Sousa falava no Sala dos Embaixadores do Palácio de Belém, em Lisboa, na tradicional cerimónia de apresentação de boas festas por parte do Governo.

A meio da sua intervenção, o chefe de Estado considerou que as soluções que vão sendo encontradas para fazer face às dificuldades atuais "são todas precárias", porque a conjuntura depende sobretudo de fatores externos.

"Não obstante, somos todos os que exercemos o poder político julgados como se dependessem só de nós e é muito difícil explicar que não. Faz parte das aleatoriedades, isto é, das contingências, isto é, dos preços, para tornar mais claro para os portugueses, dos preços de se exercer o poder político", observou.

Perante o primeiro-ministro, António Costa, e quase todos os ministros do XXIII Governo Constitucional, o chefe de Estado acrescentou: "É assim, as eleições têm esse efeito, não é só o acesso ao poder e o exercício daquilo que é favorável do poder -- que, aliás, quem o exercer descobre que é muito pouco --, é o pagar o preço do que é desfavorável no poder, e que é enormíssimo".

Na sua intervenção, o Presidente da República considerou que os portugueses compreendem "por que é que nestas situações a estabilidade é muito importante" e não desejam mais "fatores de crise".

"Não vamos juntar fatores de instabilidade", reforçou.

"Eu pasmo, aliás, quando olho para outros países, alguns dos quais vizinhos, e vejo a imaginação com que criam problemas adicionais além da guerra, da inflação e dos outros efeitos negativos da guerra, muitos deles sociais, na vida das pessoas", acrescentou.

IEL // JPS

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