"Há várias pessoas que não são aumentadas há mais de 20 anos e os aumentos que existiram ao longo destes anos foram individuais, sempre, e um bocadinho discricionários e muito pouco transparentes", explicou à Lusa o responsável da CT.

Assim, no último plenário de trabalhadores, foi aprovado, "por maioria quase total", um protesto silencioso, levado a cabo na quarta-feira, durante 10 minutos e dentro das instalações do grupo Impresa, em Lisboa e no Porto.

Segundo a CT, o protesto contou com a adesão de 150 trabalhadores em Lisboa e mais de 20 no Porto.

Em causa está uma proposta da CT, rejeitada pela administração, de aumentos salariais acima da inflação média de 2022 (7,8%) para ordenados brutos até 2.000 euros, a negociar posteriormente.

A proposta previa também um aumento salarial de 5,1% para ordenados entre os 2.000 e os 3.000 euros, em linha com a proposta do Governo, e um aumento entre 1% e 3%, a negociar posteriormente, para ordenados brutos acima dos 3.000 euros.

Adicionalmente, a CT propunha o reforço do subsídio de alimentação para o valor máximo não tributável de 8,32 euros.

Destas, a administração apenas aceitou o reforço do subsídio de alimentação e aplicou, a partir deste ano, aumentos de 2% para ordenados brutos entre 1.750 e 2.000 euros, de 2,5% entre 1.500 e 1.749 euros, de 3% entre 1.250 e 1.459 e de 3,5% para quem ganha até 1.249 euros brutos.

"Estamos a falar de aumentos na ordem de 20, 30 euros", acrescidos do reforço do subsídio de alimentação, apontou Rodrigo Gonçalves.

A Administração reforçou depois a proposta, que vai entrar em vigor em abril, para ordenados brutos até 1.000 euros, que, face aos resultados que o grupo Impresa tiver, passarão a 1.000 euros líquidos, entre abril de 2023 e abril de 2024.

Em abril deste ano, aqueles ordenados terão já um aumento de cerca de 15%.

No entanto, de acordo com a CT, esta medida cria uma situação de "injustiça", uma vez que abrange trabalhadores que entraram recentemente na empresa, ao passo que, quem recebe entre os 1.000 e os 1.100 euros, "muita gente" que tem entre 10 e 20 anos de 'casa', não é abrangido pelo reforço.

Relativamente ao protesto de quarta-feira, Rodrigo Gonçalves disse que a CT ainda não foi contactada pela administração, mas espera que tal aconteça no decorrer desta semana.

MPE // JNM

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