"Nós vamos chamar a União Europeia e vamos melhorar o acordo. Tenho fé que a gente vai inaugurar sabe, essa coisa, vamos anunciar esse acordo logo, mas com melhor qualidade para garantir que os países da América Latina possam ter política industrial', afirmou o ex-presidente brasileiro numa entrevista ao portal UOL.

Candidato à presidência do Brasil nas eleições de outubro, Lula da Silva disse que já discutiu o assunto com o ex-ministro das Relações Exteriores de seus dois governos (2003-2010), Celso Amorim, que atualmente atua como seu conselheiro na área de política externa.

Lula da Silva acrescentou ter a certeza que o acordo do Mercosul com a UE poderá avançar.

O Mercosul é um bloco económico sul-americano, criado em 1991, do qual são membros fundadores o Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai.

O acordo de livre comércio entre UE e o Mercosul foi fechado a 28 de junho de 2019, depois de 20 anos de negociações.

O pacto abrangeria um universo de 740 milhões de consumidores, que representam um quarto da riqueza mundial, mas tem sofrido problemas para ser ratificado nos Estados-membros do bloco europeu devido à degradação provocada pela política ambiental implementada pelo Governo brasileiro liderado pelo Presidente Jair Bolsonaro.

Falando sobre política externa na hipótese de ser novamente eleito Presidente, Lula da Silva também defendeu que os Estados Unidos são um parceiro muito grande e muito importante para o Brasil.

"A única coisa que eu insisto dos Estados Unidos é que ele respeite o Brasil. O Brasil não é uma colónia, é um país grande. A gente tem que tratá-los [os Estados Unidos] com respeito e sermos respeitados por eles", sustentou.

"Nós sabemos da importância americana e nós queremos melhorar a nossa relação política, a nossa relação científica e tecnológica, nova relação empresarial e a nossa relação, inclusive, militar com os Estados Unidos", acrescentou.

Lula da Silva destacou ainda que num possível governo liderado por si o Brasil não tratará "os Estados Unidos de forma secundária porque eles têm uma importância muito grande e nós queremos ter relações com todo o mundo."

"Nós [o Brasil] não temos contenciosos internacionais. Nós não temos e não vamos criar", concluiu o ex-presidente brasileiro.

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