De acordo com o documento, apesar dos lucros gerados por aquele banco - que foi liderado durante vários anos, até à resolução, pelo português ex-Banif -, os acionistas decidiram "não distribuir dividendos para o horizonte 2018-2022", para "potenciar a sua atividade", conforme "posição prudente e tendo em vista o reforço dos capitais próprios do banco".

"Uma palavra de especial apreço aos nossos acionistas pela decisão de não distribuição de dividendos durante o presente mandato, o que permitiu um aumento de 42% nos capitais próprios, passando de 1,7 milhões de contos [15,3 milhões de euros] em 2016 para 2,5 milhões de contos [22,5 milhões de euros] em 2019, com consequente impacto no rácio Tier I, o qual situou-se nos 15,4%", lê-se na mensagem do conselho de administração, sobre as contas de 2019.

O BCN fechou o ano com um resultado líquido de 278.479.773 escudos (2,5 milhões de euros), um crescimento de 34,4%, face a 2018, que a administração explica com "o aumento significativo dos proveitos num contexto de aumento de custos operacionais e de imparidades e de pressão na margem financeira, com a redução contínua das taxas de juros ativas a nível do sistema bancário nacional".

A instituição aumentou 12,5% os capitais próprios em 2019, que chegaram a 2.455 milhões de escudos (22,1 milhões de euros), viu a margem financeira subir 18,3%, para 748,5 milhões de escudos (6,7 milhões de euros), e o produto bancário crescer 18%, para 926,6 milhões de escudos (8,3 milhões de euros).

O conselho de administração destaca que o ano de 2019 representou um aumento de 8% no número de clientes, de 14,2% na carteira de crédito e um rácio de crédito vencido de 8,9% (do total).

"A posição do capital do banco manteve-se robusta, com o rácio de solvabilidade a atingir os 15,5%, o que supera em 3,5 pontos percentuais o mínimo regulatório (12%)", lê-se no relatório e contas.

O volume de crédito líquido concedido pelo banco cresceu 14,7% em 2019, para 14.175 milhões de escudos (128 milhões de euros), contando a instituição com 154 trabalhadores e 20 unidades de negócio.

Em 31 de dezembro de 2019, o montante total de provisões de créditos, reconhecidos nas demonstrações financeiras do BCN, ascendia a 1.414 milhões de escudos (12,7 milhões de euros).

O BCN é liderado pela seguradora cabo-verdiana Impar, com uma quota de 86,76%, sendo participado ainda pela Cruz Vermelha de Cabo Verde (4,44%) e vários investidores privados (8,80%).

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