De acordo com o relatório e contas de 2020 da empresa, a que a Lusa teve acesso, o conselho de administração da SCT propôs a aplicação de 200 milhões de escudos (1,8 milhões de euros) em dividendos aos acionistas.

Distribuídos pelas 240.000 ações da tabaqueira, que tem o monopólio da distribuição do tabaco em Cabo Verde, trata-se de um dividendo de cerca de 833 escudos (7,5 euros) por cada ação, enquanto os restantes 15,9 milhões de escudos (144 mil euros) serão aplicados em reservas legais da empresa.

O relatório e contas da SCT acrescenta que a empresa tem atualmente reservas de 443.560.356 escudos (quatro milhões de euros) e que a reserva legal "já atingiu o valor máximo exigido por lei", daí voltar a distribuir o mesmo valor em dividendos face a anos anteriores, apesar da quebra de 20,1% nos lucros de 2019 para 2020.

"Apesar do contexto pandémico de 2020, os indicadores económicos e financeiros do período em análise, em geral, revelam uma evolução positiva comparativamente aos exercícios anteriores, com destaque para os indicadores de liquidez geral, de autonomia financeira e de solvabilidade, que demonstram a capacidade da SCT de cumprir com os seus compromissos por meios próprios", lê-se no relatório e contas.

A estrutura acionista da SCT é liderada (51,15%) por um Agrupamento de Empresas, com 122.760 ações, seguido do Município do Sal (12,50%), que detém 30.000 ações. As restantes 87.240 ações (36,35%) estão cotadas na Bolsa de Valores de Cabo Verde e distribuídas pelo público em geral, segundo informação da empresa.

Face à "incerteza provocada pela pandemia do covid-19 e à expetativa da reforma do quadro legal da indústria tabaqueira no país", a empresa refere ainda que "adiou a implementação do plano de investimentos para 2020/2021".

Com sede na ilha de São Vicente, a tabaqueira cabo-verdiana fechou 2020 com cerca de 40 trabalhadores e uma capitalização bolsista recorde de 436,2 milhões de escudos (cerca de quatro milhões de euros).

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