
A Toyota, empresa líder mundial em vendas, relatou um lucro antes de juros e impostos de 6,41 biliões de ienes (39.400 milhões de euros) entre abril de 2024 e 31 de março de 2025 - o ano fiscal japonês -, uma queda de 7,9%, enquanto o seu lucro operacional caiu 10,4%, para 4,79 biliões de ienes (29.500 milhões de euros).
A receita de vendas atingiu 48,03 biliões de ienes (295.100 milhões de euros), um aumento de 6,5% em relação ao ano anterior, de acordo com o relatório financeiro da empresa.
A Toyota vendeu 9.362.000 veículos no último ano fiscal, uma queda de 0,8% em relação ao período homólogo, enquanto as vendas combinadas do grupo, que inclui a Lexus, atingiram as 11.011.000 unidades, menos 0,7%.
Esta queda nas vendas, que ocorreu em todos os mercados, foi devido a "restrições de fornecimento causadas pela questão da certificação e outros fatores", explicou a Toyota no relatório, referindo-se especificamente ao impacto da suspensão temporária da produção e chamadas à oficina ('recalls') de vários de seus modelos devido a irregularidades na sua subsidiária Hino.
A fabricante destacou que os veículos elétricos representaram 46,2% das vendas totais, um aumento significativo em relação ao ano fiscal anterior (quando representaram 37,4%), impulsionados principalmente pelos novos registos híbridos.
A fraqueza do iene em relação a outras moedas ajudou a manter o crescimento da receita, apesar do declínio nas vendas, mas o aumento das despesas, incluindo aquelas para mitigar o impacto do escândalo Hino, e os maiores investimentos em tecnologia e infraestrutura "para transformar (a Toyota) numa empresa de mobilidade" teve impacto no lucro operacional, explicou.
"Muita coisa aconteceu no ano passado. Muitos clientes optaram pelos nossos veículos, mesmo com o longo tempo de espera para entrega, e estamos muito gratos por isso", disse o presidente e diretor executivo da Toyota, Koji Sato, durante a conferência de imprensa sobre os resultados da empresa, tendo igualmente refletido sobre a atual situação desafiadora e a incerteza no setor.
Em relação ao atual ano fiscal, iniciado no dia 01 de abril, a Toyota apresentou uma perspetiva pessimista.
O fabricante japonês espera que o lucro líquido caia 34,9%, para 3,1 biliões de ienes (19.000 milhões de euros), e que seu lucro operacional diminua 20,7%, para 3,8 biliões de ienes (23.300 milhões de euros).
Em termos de faturação, a empresa estima que cresça 0,8%, atingindo 48,5 biliões de ienes (298.100 milhões de euros), em comparação com um aumento esperado de 4,7% no número de veículos vendidos. A Toyota espera vender 9,8 milhões de veículos e 11,2 milhões em todo o grupo (+1,7%).
A empresa japonesa não descartou a possibilidade de as suas estimativas de lucro piorarem no futuro, pois considerou apenas o impacto do aumento de tarifas dos EUA sobre as importações de motores nos meses de abril e maio de 2025, explicou o diretor financeiro, Yoichi Miyazaki.
"Mesmo diante da queda nos lucros, continuaremos a esforçar-nos para manter a nossa política de aumentos estáveis de dividendos que recompensem os nossos acionistas no longo prazo", acrescentou Miyazaki.
As ações da Toyota subiram durante toda a sessão bolsista, mas quando faltavam 45 minutos para o encerramento caíram cerca de 0,7%, após a divulgação do relatório financeiro.
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