A EDP fechou o primeiro trimestre com lucros de 428 milhões de euros, um aumento de 21% face ao período homólogo, anunciou esta sexta-feira a empresa.

O EBITDA (resultados antes de juros, impostos, depreciações e amortizações) cresceu 6% para 1,4 mil milhões de euros. Excluindo o impacto cambial, sobretudo devido à desvalorização de 13% do Real face ao Euro, registou um crescimento de 8% do lucro operacional, de acordo com o comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).

Este desempenho é explicado pela empresa liderada por Miguel Stilwell d'Andrade "com a expansão da atividade em termos de capacidade instalada renovável (+13%), eletricidade produzida (+5%) e base de ativos de redes de eletricidade na Península Ibérica (+2%), assim como a subida de preços de eletricidade nos EUA e no mercado Ibérico que mais do que compensou a ausência de ganhos com rotação de ativos no primeiro trimestre deste ano".

Em declarações à Lusa, Miguel Stilwell d'Andrade defendeu que "estes resultados mostram que a EDP está no bom caminho". "Temos uma estratégia sólida e sustentável", disse o gestor.

O presidente executivo da EDP considera que os números mostram que o grupo tem conseguido adaptar o ritmo de investimento às dinâmicas do mercado.

"Temos conseguido fazer este equilíbrio entre crescer e sermos mais eficientes ao mesmo tempo", acrescentou.

"O foco está na eficiência", reforçou, destacando que, mesmo com o negócio a crescer, conseguiram reduzir custos.

No primeiro trimestre, o total do investimento operacional consolidado caiu 22% para 877 milhões de euros.

No que toca à expansão da operação, que inclui renováveis e redes de eletricidade, o investimento cifrou-se em 755 milhões de euros, menos 23% face ao período homólogo.

Já na manutenção, onde também estão incluídas as redes, o investimento foi de 121 milhões de euros, menos 10%.

Por sua vez, os custos operacionais líquidos apresentaram um aumento em termos homólogos, refletindo a ausência de ganhos com rotação de ativos comparativamente ao ano anterior.

Contudo, em termos recorrentes, apresentaram uma redução de 1% ou 2% face ao primeiro trimestre de 2024, "o que compara com uma inflação média de 2,6% nos mercados", sustenta a empresa, acrescentando que esta performance está em linha com os objetivos de eficiência e de gestão integrada do grupo.

A dívida líquida no final de março atingiu 16,1 mil milhões, refletindo o investimento no período e sem contributo de transações de rotação de ativos que estão previstas, sobretudo, para a segunda metade do ano.

A EDP vai apresentar o novo plano de negócios e metas estratégicas em novembro.

"Em novembro, no Capital Markets Day, vamos poder dar alguns números e metas para lá de 2026", confirmou o presidente executivo da EDP.

O último plano estratégico do grupo, que costuma ser apresentado de dois em dois anos, contemplava o triénio de 2023 a 2026, e foi divulgado em 02 março de 2023, em Londres. Entretanto, no ano passado, a EDP reviu em baixa do seu plano estratégico até 2026, com menos capacidade nova instalada e investimentos mais moderados.