De acordo com um relatório do Instituto Nacional de Previdência Social (INPS) com dados até final de 2021, nos dois anos de vigência da medida a instituição pagou, globalmente, mais de 2.799 milhões de escudos (25,5 milhões de euros), "a 18.382 segurados de 1.582 empresas".

O último regime excecional de 'lay-off' em Cabo Verde terminou em 31 de dezembro de 2021 e não voltou a ser prorrogado pelo Governo.

O pico de trabalhadores em 'lay-off' registou-se em maio de 2020, com mais de 16.050, um mês depois da aprovação da medida pelo Governo para mitigar as consequências do encerramento generalizado das empresas e da atividade económica, para travar a transmissão da covid-19.

No último trimestre de 2021, a medida custou aos cofres do INPS cerca de 191,7 milhões de escudos (1,8 milhões de euros), o valor trimestral mais baixo desde a sua regulamentação, já num período de limitação da sua aplicação às empresas do setor do turismo.

Segundo a legislação que regulamentou esta medida, o quarto período de regime simplificado de suspensão do contrato de trabalho, iniciado em 01 de janeiro de 2021, manteve o pagamento de 70% do salário bruto aos trabalhadores, mas diminuiu o encargo das empresas de 35% para 25% desse total, passando a caber ao INPS a comparticipação com 45%.

Com esta medida governamental, o pagamento foi garantido inicialmente, de abril até 31 de dezembro de 2020, em partes iguais (35% do rendimento) pela entidade empregadora e pelo Estado, através do INPS, instituição que gere as pensões e contribuições dos trabalhadores.

Além disso, as empresas podiam recorrer a trabalho parcial dos empregados colocados em 'lay-off', com acesso "proporcional e adaptado ao tipo de contrato", segundo a legislação em vigor à data.

Cabo Verde enfrenta uma profunda crise económica e financeira, decorrente da forte quebra na procura turística - setor que garante 25% do Produto Interno Bruto (PIB) do arquipélago - desde março de 2020, devido à pandemia de covid-19.

Após uma recessão histórica de 14,8% em 2020, face à ausência de turismo durante cerca de nove meses, Cabo Verde registou um crescimento económico de 7% em 2021.

O Governo prevê agora um crescimento de 4% em 2022, uma revisão em baixa face aos anteriores 6%, devido às consequências da guerra na Ucrânia, nomeadamente a escalada dos preços.

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