Um relatório estatístico do Banco de Cabo Verde (BCV), deste mês, refere que o arquipélago captou de janeiro a junho deste ano mais de 5.042 milhões de escudos (45,5 milhões de euros) em investimento estrangeiro - cerca de metade no setor do turismo -, valor que compara com os quase 2.927 milhões de escudos (26,4 milhões de euros) no primeiro semestre de 2020, já com os efeitos da crise provocada pela pandemia de covid-19.

O IDE em Cabo Verde, que inclui também participações, lucros reinvestidos e outro capital, voltou a ser liderado no primeiro semestre de 2021 por Portugal, com 1.246 milhões de escudos (11,2 milhões de euros), também essencialmente no setor do turismo.

Segue-se Espanha, que investiu de janeiro a junho deste ano 566 milhões de escudos (5,1 milhões de euros), além do turismo, também na indústria e na construção, e depois os investidores italianos, que aplicaram no mesmo período 119 milhões de escudos (um milhão de euros), segundo os dados do BCV.

A Lusa noticiou anteriormente que Portugal liderou no IDE em Cabo Verde em 2020, que passou de valores negativos no ano anterior para 13,2 milhões de euros, segundo dados do banco central.

De acordo com um relatório anual do BCV, globalmente, o IDE em Cabo Verde caiu 32,5% em 2020, para cerca de 7.080 milhões de escudos (63,6 milhões de euros), impacto justificado com os constrangimentos provocados pela pandemia de covid-19.

Depois de um registo negativo, de desinvestimento, de -907,4 milhões de escudos (-8,1 milhões de euros) em 2019, o IDE de Portugal em Cabo Verde voltou a liderar em 2020, totalizando praticamente 1.478 milhões de escudos (13,2 milhões de euros), dos quais 730,8 milhões de escudos (6,5 milhões de euros) no turismo e imobiliária turística, segundo o mesmo relatório anterior.

Seguiu-se o IDE de Espanha, que disparou 39% face a 2019, para mais de 1.249 milhões de escudos (11,2 milhões de euros) em 2020, enquanto o investimento angolano diminuiu para 242,1 milhões de escudos (2,1 milhões de euros) e o chinês caiu para 215,8 milhões de escudos (1,9 milhões de euros).

No histórico do IDE em Cabo Verde, Portugal e Espanha lideram há vários anos.

De acordo com dados da Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal, a comunidade portuguesa em Cabo Verde desenvolve atividades nas áreas do comércio, incluindo a distribuição alimentar e de bebidas, na hotelaria e restauração, na construção civil e metálica, entre outros.

Os investimentos de Espanha no arquipélago prendem-se sobretudo com o setor das pescas e da hotelaria.

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