
"O início da fiscalização da produção do grogue está sendo marcado por melhorias significativas nas estruturas de produção, cujo reflexo será na qualidade e na melhoria da saúde publica e na valorização do grogue, tendo como consequência a contribuição do setor na produção da riqueza para o país", constatou a IGAE, em nota publicada nas suas páginas oficiais.
A inspeção cabo-verdiana avançou que esta inversão está a ser conseguida graças ao trabalho de licenciamento e de fiscalização que realiza conjuntamente com a Direção Nacional de Indústria, Comércio e Energia e a Entidade Reguladora Independente da Saúde.
"Toda esta transformação vem criando várias oportunidades de negócios que deverão ser aproveitados", prosseguiu a mesma fonte, que pediu a colaboração de todos na valorização do grogue e na defesa e proteção da saúde pública e da economia cabo-verdiana.
Na quinta-feira, a IGAE informou que desmantelou uma unidade de produção ilegal do grogue (aguardente) na cidade da Praia, no âmbito das ações de fiscalização conjuntas com a Polícia Nacional e câmaras municipais.
Na sequência das intervenções, o órgão de polícia criminal cabo-verdiano informou que foram encontradas cerca de cinco mil litros de solução de açúcar, "racalda" e água em fermentação.
"Todo o volume foi destruído, incorrendo os seus responsáveis a uma penalização que poderá atingir os três milhões de escudos (27 mil euros)", revelou.
A IGAE adiantou ainda que até ao momento já apreendeu e destruiu 7.800 litros de solução de açúcar, "racalda" e água em Ribeira Grande de Santiago e 5.600 litros na ilha de Santo Antão, devido a contaminação.
Conforme dados da IGAE, Cabo Verde tem um total de 388 alambiques para produção do grogue, com mais de um quarto (99) concentrados no concelho da Ribeira Grande de Santo Antão.
O período de industrialização da cana-de-açúcar para produção de grogue iniciou em 01 de janeiro.
Cabo Verde aprovou em 2015 uma nova lei que regula a produção e comercialização da aguardente de cana-de-açúcar, tradicionalmente conhecida por grogue, com vista a reforçar a fiscalização deste setor.
A legislação define normas orientadoras para a produção, nomeadamente relacionadas com a higiene, proteção do meio ambiente, proteção e promoção da saúde pública e os direitos dos consumidores e dos produtores.
O consumo do grogue de má qualidade tem causado várias mortes no arquipélago e deixado muita gente incapacitada, por serem adicionadas matérias-primas nocivas à saúde, e provocando a desvalorização do produto.
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