O governante, que falou, em conjunto com a ministra da Presidência Mariana Vieira da Silva, à margem do Fórum Social do Porto, que começou hoje e continua no sábado, disse que há "uma participação de imigrantes no nosso mercado de trabalho muitíssimo maior do que era há meia dúzia de anos".

"Temos um bom problema, um baixo nível de desemprego. É um problema para quem tem de contratar, mas é um melhor problema do que se tivéssemos um alto nível de desemprego", destacou.

Para Miguel Fontes, "esse problema tem de ser combatido, entre outras medidas, através da atração de pessoas que queiram olhar para Portugal como um local em que faz sentido construírem as suas vidas, os seus projetos profissionais", destacando que "Portugal é hoje muito atrativo para muita gente nos mais diversos setores, nomeadamente nos mais qualificados".

"E, por isso, hoje vemos com agrado pessoas das mais diferentes proveniências, obviamente com predominância dos países com quem temos laços históricos e que partilham a mesma língua, mas de um modo geral temos uma imigração que vem de todo o tipo de geografias e que está a ajudar ao desenvolvimento do país e a contribuir para a sustentabilidade da Segurança Social, com as suas contribuições".

A Segurança Social registou o maior excedente orçamental em mais de uma década, atingindo 4.059 milhões de euros, em 2022, uma melhoria de 1.711 milhões face a 2021, avançou o Conselho de Finanças Públicas (CFP) esta quinta-feira.

Por sua vez, Mariana Vieira da Silva destacou que "a economia portuguesa, depois da pandemia e mesmo apesar da guerra" recuperou, nomeadamente em termos de emprego e salários, destacando que estão a ser cumpridos "aqueles que eram os objetivos".

"Temos sempre que ter presente que precisamos de uma estratégia transversal e depois aprofundar aos problemas específicos, sejam eles de saúde mental, pobreza infantil ou resposta aos que são mais vulneráveis", disse ainda a ministra, quando questionada sobre temas sociais.

"Sempre que olhamos para os problemas apenas nas suas versões mais micro tendemos a não conseguir as respostas todas, porque para qualquer economia ter uma boa proteção social também precisa de ter uma economia a crescer, os salários a subir até porque isso normalmente traduz-se em menos pressão sobre as prestações sociais", referiu.

Miguel Fontes, por sua vez, destacou o esforço "que o país exige, de elevar o nível das qualificações profissionais e antecipação de necessidades futuras".

"Sabemos que há obsolescência de competências, trabalhos que vão ficando para trás, pessoas que correm o risco de ver as suas vidas profissionais interrompidas, mas isso não nos deve permitir afastar do essencial que é que ninguém pode ficar para trás", destacou.

"As competências podem ficar obsoletas, mas as pessoas não. Temos de mobilizar tudo e todos os recursos para requalificar essas pessoas para lhes dar novas oportunidades de trabalho", indicou.

ALYN (DF) // EA

Lusa/Fim