A bióloga guineense, investigadora sénior ligada à conservação de espécies no Instituto da Biodiversidade e das Áreas Protegidas (IBAP) da Guiné-Bissau, afirmou que tirando alguma situação de pesca artesanal excessiva, através do uso de "algum material nocivo" para as espécies, o país faz um bom uso do mar.

"Não posso dizer que não haja bom uso. Ainda não temos um uso que seja muito excessivo do mar. Temos uma situação de sobrepesca sim, porque temos uma forte componente de pesca artesanal com uso de materiais ou de engenhos que são nocivos para a pesca", sublinhou Aissa de Barros.

A bióloga guineense é da opinião de que "até hoje o uso do mar tem sido, de certa forma, sustentável", uma situação que disse poder mudar com a exploração do petróleo de que se fala no país.

A investigadora defende ser urgente que o país faça uma marcação clara de zonas de interesses no mar ou à sua volta para que se saiba onde é permitida a atividade ecoturística, onde é possível pescar e em que lugar será a futura exploração do petróleo.

"Temos de nos sentar na mesa e decidir como é que vamos fazer o uso desse ecossistema marinho. Saber onde é que se pode praticar a pesca que não seja muito nociva, qual é a zona da prática do ecoturismo ou do turismo balnear, qual a zona das ações da conservação, porque toda a zona não pode ser conservada e ver como diminuir os impactos negativos dessas diferentes atividades", observou Aissa de Barros.

A Guiné-Bissau irá enviar uma delegação à Conferência dos Oceanos, que se realiza entre o próximo dia 27 e 01 de julho, em Lisboa.

O evento é organizado pelas Nações Unidas em conjunto com Portugal e o Quénia.

MB // PJA

Lusa/Fim