"Está consagrada no programa do Governo a estratégia de transformar as nossas potencialidades em termos estratégicos e geográficos, a nossa beleza natural como um fator de atração de investimento", disse o diretor da Agência de Promoção do Comércio e Investimento (APCI), Rafael Branco.

"Quando nós promovemos esta ideia três empresas manifestaram-se interessadas em participar na construção de uma zona franca, mas apenas a do senhor Shehab Shanti teve a ousadia e a determinação para fazer esse longo caminho", acrescentou o responsável.

A primeira pedra para o lançamento das obras está marcada para os próximos 90 dias, mas o período de execução "será prolongado".

O projeto vai cobrir uma área de 204 hectares, distribuídos entre as comunidades de Monte Mário e Ribeira Peixe, ambas no sul da ilha de São Tomé.

"Hoje o mundo está muito competitivo em busca de investimento, não basta ter código de investimento fácil, é preciso oferecer estabilidade e uma perspetiva de longo prazo e esse projeto tem a virtude de ligar São Tomé e Príncipe ao mundo", explicou Rafael Branco.

Na ótica do investidor ucraniano, o projeto destina-se a transformar São Tomé e Príncipe num centro de prestação de serviços à semelhança das ilhas Maurícias ou das Seychelles.

"Este projeto vai transformar São Tomé na sua globalidade e tem todos os ingredientes para ser considerado como as Seychelles ou ilhas Maurícias", disse Shehab Shanti, garantindo que a sua execução vai criar pelo menos nove mil postos de emprego.

Hotéis, hospital de referência, centro de formação especializado, uma pequena pista de aterragem para aviões de pequeno porte, espaços de lazer e outras infraestruturas estão contempladas nesta zona franca, considerada o maior projeto de investimento privado no país.

"Estamos no quadro da pandemia, mas temos que assegurar a economia e temos que começar a trabalhar já no plano de retoma e de resiliência. Este projeto da Zona Franca de Malanza é uma luz no fundo do túnel", afirmou o primeiro-ministro, Jorge Bom Jesus.

O governante considerou que o projeto pode virar "uma nova página" na situação económica e social do país e expressou "simpatia" ao empresário ucraniano que "decidiu investir" no empreendimento, a quem também pediu "celeridade" na execução das obras.

O contrato de concessão tem a duração de 90 anos e no prazo de 60 dias o investidor deverá apresentar um plano de desenvolvimento detalhado daquilo que vai construir, que obedeça às regras de proteção ambiental e higiene, incluindo o tratamento do lixo, devendo na mesma altura apresentar também um estudo do impacto ambiental.

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