"Por lapso no anexo, o que já foi comentado pelo público e vários quadrantes, não saiu a referência São Vicente - São Nicolau, mas já estamos a tomar medidas para fazer uma ratificação nos dois anexos", afirmou o ministro do Turismo e Transportes, José Gonçalves, em conferência de imprensa, na cidade da Praia.

Desde a semana passada que as companhias aéreas que operam ligações domésticas em Cabo Verde estão obrigadas a reservar 10% dos lugares em cada linha para a tarifa social, com pelo menos 40% de desconto, beneficiando idosos, estudantes e famílias numerosas.

Foram fixadas todas as outras linhas e respetivas tarifas, mas não constou a ligação entre São Vicente e São Nicolau, o que mereceu, por exemplo, uma chamada de atenção do deputado do Movimento para a Democracia (MpD, no poder) eleito por São Nicolau, Nelson Brito, esta semana durante o debate mensal como o primeiro-ministro, Ulisses Correia e Silva.

O ministro do Turismo e Transportes veio hoje informar que essa rota vai ser acrescentada e terá um custo de 6.200 escudos (56 euros), a que acrescem as taxas de embarque e de segurança aeroportuária.

De agosto de 2017 a agosto último, as ligações aéreas domésticas em Cabo Verde foram garantidas em exclusivo pela companhia espanhola Binter, após a saída daquele mercado da companhia estatal TACV.

Entretanto, numa parceria com a portuguesa Lease-Fly, mas numa ótica de servir o 'hub' do Sal, a Cabo Verde Airlines (que resultou da privatização da TACV) começou a fazer voos domésticos, entre algumas ilhas, em agosto último.

No caso da Binter, o ministro afirmou que trouxe "uma grande mudança de paradigma e melhoria" nos transportes domésticos, que as relações com a empresa "são muito boas" e vão continuar a ser.

"O que eu posso vos garantir é que não vai haver nenhuma perturbação, nenhuma falta de serviço. Vamos trabalhar para cada vez mais afinar e melhorar os transportes aéreos domésticos", reforçou José Gonçalves.

Relativamente à Cabo Verde Airlines (CVA), a sua privatização resultou na venda de 51% do capital da então TACV à Lofleidir Cabo Verde, uma empresa detida em 70% pela Loftleidir Icelandic EHF e em 30% por empresários islandeses com experiência no setor da aviação.

Dos restantes 49% do capital social da antiga TACV, 10% já foram vendidos aos trabalhadores (3%) e aos emigrantes cabo-verdianos (7%) e 39% estão reservados a investidores institucionais, num processo que o Governo pretende concluir até final de janeiro.

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