António Costa falava na sessão de abertura da VI Cimeira do Turismo Português, na Fundação Champalimaud, após uma intervenção do presidente da Câmara de Lisboa, Carlos Moedas, em defesa da aposta estratégica na ferrovia.

"Amanha mesmo [na quarta-feira] o Governo vai apresentar na cidade do Porto o traçado e o desenvolvimento da linha de alta velocidade entre Lisboa, Porto e Vigo. Será o primeiro eixo estruturante da nossa inserção na rede ibérica de alta velocidade", declarou o primeiro-ministro.

Da mesma forma, segundo o líder do executivo, "o Governo poderá aprovar o Plano Nacional Ferroviário, uma decorrência já do Plano Nacional de Infraestruturas".

"A ligação ferroviária é fundamental para a coesão nacional e para o turismo sustentável, como disse aqui o presidente da Câmara Municipal de Lisboa", Carlos Moedas, salientou o antigo autarca da capital entre 2007 e 2019.

Na perspetiva do primeiro-ministro, "para que haja turismo sustentável em Portugal, o país necessita de boas infraestruturas, designadamente ao nível dos transportes".

"Foi muito importante a Assembleia da República ter aprovado com uma larguíssima maioria o Plano Nacional de Infraestruturas, o que nos permite ultrapassar um dos grandes bloqueios histórico do país que é a ligação de alta velocidade entre Lisboa e Porto", acrescentou.

 

PMF // ACL

 

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Aeroporto: Costa aponta que PCP e BE defendem a solução de Alcochete proposta pela CIP

 

Lisboa, 27 set 2022 (Lusa) -- O primeiro-ministro assinalou hoje que PCP e Bloco de Esquerda defendem atualmente Alcochete como solução para o novo aeroporto de Lisboa e lembrou que essa mesma solução partiu da CIP no primeiro Governo de José Sócrates.

António Costa fez estas referências ao Bloco de Esquerda e ao PCP sobre a opção Alcochete para a localização do novo aeroporto numa intervenção que fez na VI Cimeira do Turismo Português, na Fundação Champalimaud, em Lisboa, durante a qual apresentou a sua versão sobre a história dos últimos 15 anos em torno deste processo.

A Ideia de Alcochete, de acordo com o líder do executivo, partiu de um estudo feito pela CIP, então liderada por Francisco van Zeller, que contrariou a primeira opção pela Ota tomada pelo primeiro Governo de José Sócrates e que tinha maioria absoluta no parlamento.

"O mundo tem destas coisas: O Bloco de Esquerda e o PCP passaram a ser os grandes defensores da solução promovida pela CIP", observou, numa intervenção em que também se referiu a mudanças de atuação por parte do PSD de Rui Rio na anterior legislatura.

"O PPD/PSD e CDS-PP tinham dificuldade de alterar a lei [que atribui poder de veto aos municípios}] para fazer cumprir a localização que o seu próprio Governo [de Pedro Passos Coelho] tinha escolhido", advogou, numa alusão à opção Montijo.

Esta mudança no PSD, segundo António Costa, constituiu um problema para o seu anterior Governo, que não tinha maioria absoluta no parlamento e cujos parceiros parlamentares, o PCP e Bloco de Esquerda, eram contra a opção pelo Montijo.

"Portanto, nesta situação, não havia outra solução: Ou havia acordo com o PSD, ou não havia maioria para a alteração da lei. Pensei na minha ingenuidade que propondo o Governo do PS viabilizar uma solução do Governo do PSD/CDS não seria difícil ao PSD [de Rui Rio] proceder à alteração da lei para dar sequência a essa decisão", observou.

No entanto, segundo o primeiro-ministro, tal não aconteceu.

"Tal como a realidade às vezes surpreende os pessimistas, também a realidade surpreende os otimistas. Para minha grande surpresa, verifiquei que também no PPD/PSD tinha passado a haver dúvidas sobre qual a melhor das soluções. Se era manter o que tinham decidido anteriormente [o Montijo], ou se era voltar ao tal estudo da CIP apoiado agora pelo Bloco de Esquerda e pelo PCP", referiu.

António Costa alegou a seguir que a sua posição de princípio é de que as grandes obras públicas devem ser aprovadas por dois terços na Assembleia da República.

"Não há nenhum país do mundo em que a esquerda e a direita se distinguem por se defender o aeroporto aqui ou ali. Não há nenhum país do mundo com uma governação responsável que, perante decisões que transcendem o seu mandato e que vão estruturar o país para décadas, não pretenda uma solução com o maior consenso possível", acrescentou.

 

PMF

 

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