Numa nota publicada hoje, após o fim da reunião de dois dias do Comité Federal de Mercado Aberto (FOMC, na sigla em inglês), a instituição liderada por Jerome Powell aponta para uma inflação de 4,3% este ano e de 2,7% em 2023, superando a estimativa de 2,6% para 2022 e de 2,7%, divulgadas em dezembro. Para 2023, a Fed espera uma inflação de 2,3%.

O banco central norte-americano cortou as perspetivas de crescimento do Produto Interno Brunto (PIB) para 2,8% este ano, que compara com os 4% esperados em dezembro. A Fed vê a economia norte-americana a crescer 2,2% em 2023 e 2% em 2024.

No que toca ao desemprego, o banco central mantém as projeções de uma taxa de 3,5% este ano e no próximo, esperando agora um ligeiro aumento para 3,6% em 2024.

A Fed anunciou hoje uma subida dos juros de 25 pontos base, fixando o intervalo da taxa de referência entre 0,25% e 0,50%, naquele que é o primeiro aumento desde 2018.

No comunicado divulgado hoje, o FOMC justifica que "os indicadores de atividade económica e o emprego continuaram a fortalecer-se", destacando que os ganhos de emprego foram fortes nos últimos meses e a taxa de desemprego diminuiu substancialmente.

Salienta ainda que a inflação continua elevada, "refletindo desequilíbrios na oferta e na procura relacionados com a pandemia, preços de energia mais altos e pressões de preços mais amplas".

A Fed assinala também que "a invasão da Ucrânia pela Rússia está a provocar enormes prejuízos humanos e económicos".

"As implicações para a economia dos EUA são altamente incertas, mas no curto prazo, a invasão e os eventos relacionados provavelmente irão criar uma pressão ascendente adicional sobre a inflação e pesa na atividade económica", acrescenta.

AAT // MSF

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