Em contrapartida, nas décadas de 1950 e 1960, o Produto Interno Brito (PIB) registou um crescimento muito mais dinâmico, com uma média de 6,4% por ano entre 1950 e 1970, informou hoje a agência federal de estatística alemã (Destatis), no início de uma série de publicações baseadas em séries cronológicas históricas, por ocasião do seu 75.º aniversário.

O facto de a economia alemã ter crescido de forma consideravelmente mais moderada no século XXI do que nos 50 anos anteriores à viragem do milénio deve-se não só ao fenómeno geral de declínio do crescimento nas economias desenvolvidas, mas também às duas recessões mais graves da economia alemã desde o período do pós-guerra.

A primeira diz respeito à que se seguiu à crise financeira mundial, com uma queda de 5,7% do PIB em 2009, e a segunda à pandemia de coronavírus, com uma contração de 3,7% em 2020.

Recentemente, a economia conseguiu recuperar, com um crescimento do PIB em 2021 de 2,6%, apesar de a pandemia ainda não ter terminado, e de 1,8% em 2022, apesar da guerra na Ucrânia e da crise energética, o que também o fez regressar ao nível pré-pandemia de 2019 e ultrapassá-lo em 0,6%.

Nos quase 75 anos desde a fundação da República Federal da Alemanha em 1949, houve um total de sete fases de recessão.

A terceira também ocorreu nos últimos vinte anos, após o rebentamento da chamada bolha da Internet e os efeitos dos ataques terroristas de 11 de setembro de 2001, com a economia alemã a encolher 0,2% em 2002 e 0,7 % em 2003.

Em contrapartida, o crescimento económico mais forte registou-se nos vinte anos depois do fim da guerra.

Após a mais longa fase de crescimento ininterrupto desde 1950, com taxas de crescimento que chegaram a atingir 12,1% em 1955, o "milagre económico" alemão terminou em 1967 com a primeira recessão na Alemanha, devido ao declínio da procura interna em resultado de decisões de política monetária.

As fases de crescimento seguintes, até à reunificação da Alemanha, só foram interrompidas pelas recessões de 1975 e 1982, desencadeadas pelas duas crises petrolíferas.

Após a queda do Muro de Berlim, a Alemanha conheceu a sua primeira recessão como país reunificado em 1993, em consequência da segunda Guerra do Golfo, que afetou a economia mundial.

Assim, as fases de inflação elevada em 1973/1974, 1981 e 1992, associadas aos choques petrolíferos mundiais, precederam uma recessão no ano seguinte.

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