Os pormenores do pacto - que foi uma das bandeiras de campanha de Donald Trump - ainda não foram acertados e o representante comercial dos EUA precisa ainda de enviar a legislação definitiva e oficial para aprovação no Congresso, mas a redação do texto permite ao Presidente e à líder Democrata da Câmara dos Representantes, Nancy Pelosi, falarem de uma vitória política para ambos os lados.

O anúncio formal do acordo pode chegar ainda hoje, embora Nancy Pelosi esteja de viagem no Estado da Califórnia e seja preciso a sua assinatura para oficializar o documento, que será votado no Congresso em data ainda por definir.

O novo pacto comercial substituirá o Acordo de Livre Comércio da América do Norte (NAFTA), assinado há 25 anos, que eliminou grande parte das tarifas e outras barreiras comerciais envolvendo os Estados Unidos, México e Canadá.

Críticos do NAFTA, incluindo Trump, sindicatos e muitos parlamentares Democratas, classificaram aquele tratado como um destruidor de empregos para os Estados Unidos, por ter incentivado as fábricas a relocarem-se no México, com trabalhadores com baixos salários que produziam produtos que eram exportados para os EUA, isentos de impostos.

O novo acordo foi alvo de muitas versões e Trump acusou Pelosi de ser incapaz de aprovar o documento por estar envolvida em frentes de ataque política à Casa Branca, no inquérito de destituição que decorre no Congresso.

Por seu lado, os Democratas usaram o novo acordo como forma de pressão sobre o Governo de Donald Trump, contrariando a versão de que não conseguiam superar um impasse que prejudicava o país.

Ao ratificar o acordo, o Congresso poderá desfazer incertezas sobre o futuro das relações dos EUA com seus principais parceiros comerciais: o Canadá (segundo mais importante) e México (terceiro mais importante), dando um novo impulso à economia, particularmente no setor da agricultura.

O representante comercial dos EUA, Robert Lighthizer, negociou no ano passado o acordo de substituição do NAFTA com o Canadá e o México, mas o novo documento precisa da aprovação do Congresso, que não seria possível sem um parecer positivo de representantes Democratas influentes como Nancy Pelosi ou Richard Neal, que agora estão ao lado da Casa Branca neste plano.

O novo pacto contém disposições destinadas a fomentar o regresso de muitas fábricas de empresas norte-americanas que operam no México e no Canadá, sobretudo no setor automóvel.

O início da fase final do novo pacto começou quando o parlamento do México aprovou, em abril passado, uma importante revisão de leis laborais, que facilitam aos trabalhadores mexicanos a formação de sindicatos independentes e lhes garantem melhores salários e condições de trabalho.

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