
"A maioria dos estabelecimentos foram encerrados, colocando desta forma 21.000 trabalhadores, equivalente a 33% dos 64 mil existentes em todo o território nacional, em profunda incerteza", disse Luís Macuácua, secretário-geral do Sindicato Nacional dos Trabalhadores da Indústria Hoteleira, Turismo e Similares (Sintihots).
Sete mil trabalhadores foram despedidos, outros sete mil têm contratos suspensos e cerca de seis mil foram remetidos para férias, segundo a mesma fonte.
A organização diz que os trabalhadores do setor não sabem o que vai acontecer aos seus postos de trabalho e vêm reduzidas as "condições de sobrevivência", abrangendo cerca de 100.000 dependentes.
A província de Maputo é a mais afetada, com cerca de 10.000 trabalhadores, seguida de Inhambane, no sul do país, e Nampula, no Norte, com cerca de 2.500 empregos cada.
"Pedimos ao Governo para dar incentivos aos empregadores com vista a criar condições para o funcionamento dos estabelecimentos da hotelaria, turismo e similares", acrescentou.
O sindicato diz que continua a envidar esforços no sentido de repor a legalidade laboral naqueles estabelecimentos cujas medidas tomadas pelos empregadores violem a legislação laboral.
"Exigimos o bom senso, diálogo e envolvimento efetivo das estruturas sindicais na análise e tomada de decisão para materialização do estado de emergência", acrescentou.
No melhor dos cenários previstos pela Confederação das Associações Económicas de Moçambique (CTA), as perdas no turismo equivalem a um quinto de todo o prejuízo do setor empresarial devido ao novo coronavírus.
Moçambique tem 209 casos de infeção pelo novo coronavírus, um morto e 71 pessoas recuperadas.
O Governo deverá anunciar esta semana o próximos passos depois de decretado o estado de emergência a 01 de abril e prorrogado até 30 de maio - sendo que a Constituição permite mais duas prorrogações.
O país vive com várias restrições: espaços de diversão e lazer encerrados, proibição de todo o tipo de eventos e de aglomerações, recomendando-se à população que fique em casa, se não tiver motivos de trabalho ou outros essenciais para tratar.
Durante o mesmo período, há limitação de lotação nos transportes coletivos, é obrigatório o uso de máscaras na via pública, as escolas estão encerradas e a emissão de vistos para entrar no país está suspensa.
Em África, há 3.471 mortos confirmados em mais de 115 mil infetados em 54 países, segundo as estatísticas mais recentes sobre a pandemia naquele continente.
A nível global, segundo um balanço da agência de notícias AFP, a pandemia de covid-19 já provocou mais de 344 mil mortos e infetou mais de 5,4 milhões de pessoas em 196 países e territórios.
Mais de 2,1 milhões de doentes foram considerados curados.
RYR // VM
Lusa/Fim