Estas foram algumas das principais linhas do primeiro discurso de António Costa no 23º Congresso Nacional do PS, no Portimão Arena, em grande parte dedicado às consequências da pandemia da covid-19 em Portugal e ao processo de recuperação do país após a crise sanitária, económica e social.

Com a ministra da Saúde, Marta Temido, nova militante do PS, sentada na mesa dos secretários do Congresso, o líder socialista destacou o papel dos profissionais de saúde no combate à covid-19 desde março de 2020.

"Temos de dirigir uma saudação muito calorosa a todos os profissionais de saúde: Médicos, enfermeiros, técnicos de diagnóstico, assistentes operacionais, graças aos quais 94% dos doentes estão hoje recuperados, e esperemos que de boa saúde", declarou António Costa, motivando uma prolonga salva de palmas dos congressistas socialistas, todos de pé, ao longo de qual um minuto.

Depois de destacar também o papel das Forças Armadas, do setor social e o sentido cívico com que os portugueses respeitaram e cumpriram os dois confinamentos, António Costa saiu em defesa do Estado Social, prometeu reforçar os investimentos em particular no Serviço Nacional de Saúde (SN) e aproveitou para traçar aqui algumas linhas de demarcação ideológica face aos partidos à direita do PS.

"Há cinco grandes lições, do meu ponto de vista, a retirar desta pandemia. A primeira é que um Estado social forte é imprescindível. Sem um Estado social forte nós não teríamos tido o músculo da Segurança Social a apoiar os rendimentos e a apoiar os empregos e a apoiar as empresas. Sem um Estado social forte nós não teríamos tido, sobretudo, um SNS que foi a grande resposta a esta pandemia", sustentou.

Para futuro, o secretário-geral do PS prometeu reforçar os investimentos no SNS: "Sabemos que este é um esforço que tem de continuar e estamos a continuar".

"Ao contrário do que muitos prognosticavam, nunca nenhum profissional de saúde teve ao longo desta pandemia de ser sujeito à violência dessa escolha terrível que é decidir quem salva ou quem deixa morrer, porque em todas as circunstâncias o SNS teve capacidade de responder às necessidades de cuidados de urgência dos portugueses. Sim, nós vamos continuar a trabalhar pelo SNS, nós vamos continuar a reforçar o SNS", acentuou.

Depois do elogio ao SNS, António Costa falou sobre a via que disse ter seguido no combate à crise -- via que recusou "a austeridade" e privilegiou a manutenção dos rendimentos e dos empregos.

"Fomos capazes de intervir para salvar empresas absolutamente estratégicas para o país, como é a TAP. Iremos salvá-la, porque é fundamental para assegurar a coesão territorial e a internacionalização da nossa economia", justificou, antes de falar sobre os resultados das suas políticas dirigidas às empresas e ao emprego.

"Na crise passada, em 2013, o desemprego chegou aos 18,5%. Nesta crise, quando tivemos a maior queda do produto, com setores de atividades parados, no pior momento, o desemprego não ultrapassou os 8% - e neste momento está nos 6,7%", referiu.

Neste contexto, o líder socialista procurou salientar medidas adotadas de aumento do salário mínimo, de apoios às empresas e a diferentes setores sociais atingidos pela crise, dizendo que essas mesmas políticas "geraram confiança" na economia em geral.

"Apesar de dois confinamentos muito duros, um deles no primeiro trimestre deste ano, estamos a crescer acima da zona euro, acima da União Europeia, o que significa que, tal como tinha acontecido em 2017, em 2018 e em 2019, também em 2021 o país retomará a trajetória de convergência", sustentou.

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