Na primeira audição da Comissão Eventual de Inquérito Parlamentar às perdas registadas pelo Novo Banco e imputadas ao Fundo de Resolução, o autor do relatório que avaliou a conduta do BdP até à resolução do antigo BES disse que "mesmo depois de ter sido vendido, como foi vendido", as coisas "podiam ter corrido de maneira distinta".

"É evidente que se diz que tinha que ser rapidamente porque havia compromissos para com a Comissão, a DGComp e o Banco Central Europeu. Primeiro esses compromissos nunca deviam ter sido aceites da forma como foram, mas depois de ter sido, a gestão no Novo Banco não precisou do tempo todo que foi dado que foram cinco anos", criticou.

Por isso, para João Costa Pinto, a conclusão é evidente: "há perdas que podiam ter sido evitadas".

O antigo presidente do Conselho de Auditoria do BdP considerou que "na atividade bancária uma das áreas mais difíceis é a recuperação de crédito duvidoso", lembrando que "a atividade bancária é risco".

"Todos os bancos têm áreas especializadas no acompanhamento deste crédito e é um trabalho constante, permanente, de acompanhamento dos devedores, de avaliação permanente dos colaterais de garantia, de ver se o crédito se deteriora, muitas vezes leva a reorganizações desses créditos. Tem que ser uma atenção permanente. Não foi o que o Novo Banco fez", apontou.

JF/JE // JNM

Lusa/fim