O anúncio é o mais recente esforço das autoridades para impulsionar o crescimento, afetado pelas tensões comerciais com os Estados Unidos e pela crise no setor imobiliário.

A decisão da instituição está em linha com as previsões dos analistas, que esperavam um corte na taxa.

Na atualização mensal, o Banco Popular da China (PBC, na sigla em inglês) indicou que a LPR se manterá a esse nível pelo menos até daqui a um mês.

Este indicador, estabelecido como referência para as taxas de juro em 2019, é utilizado para fixar o preço dos novos empréstimos -- geralmente destinados às empresas -- e dos empréstimos a taxa variável que estão a ser reembolsados.

O indicador é calculado com base nas contribuições de preços de um conjunto de bancos -- incluindo os pequenos credores que tendem a ter custos de financiamento mais elevados e maior exposição a crédito malparado -- e tem como objetivo baixar os custos dos empréstimos e apoiar a "economia real".

A última redução tinha sido em outubro, quando o banco central a reduziu em 25 pontos de base (ou 0,25 pontos percentuais), a partir de 3,35%.

O banco central também cortou hoje a taxa de juro a mais de cinco anos -- referência para os empréstimos hipotecários -- de 3,6% para 3,5%. A última descida, em 0,25 pontos percentuais, também tinha ocorrido em outubro.

Em 07 de maio, o governador do PBC, Pan Gongsheng, tinha anunciado alterações na política monetária para amortecer o impacto da guerra comercial desencadeada pelos Estados Unidos.

Pan revelou um corte na taxa das operações de recompra reversa ("reverse repo") de 1,5% para 1,4%, bem como uma redução de 0,25% na taxa de empréstimos a bancos comerciais, fixando-a em 1,5%. A taxa de reservas obrigatórias foi também reduzida em 0,5%, libertando cerca de um bilião de yuan (121 mil milhões de euros) em liquidez adicional.

O banco central reduziu ainda as taxas de juro dos empréstimos à habitação a cinco anos, como parte de um esforço mais amplo para estimular o consumo interno.

As autoridades chinesas voltaram a fixar, em março, um objetivo de crescimento económico de cerca de 5% até 2025.

A China registou um crescimento anual de 5,4%, impulsionado por uma aceleração temporária na produção industrial. No entanto, analistas questionam a fiabilidade dos dados e apontam para uma queda nas encomendas para exportação e no sentimento empresarial.

A produção industrial na China cresceu 6,1%, em termos homólogos, em abril, menos 1,6 pontos percentuais do que no mês anterior, de acordo com dados oficiais divulgados na segunda-feira.

Além disso, os preços das casas novas na China caíram pelo 23.º mês consecutivo em abril, a um ritmo ligeiramente mais rápido do que em março.

 

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