
Segundo a apresentação de resultados do banco público, hoje divulgada, entre janeiro e junho a CGD conseguiu 258 milhões de euros de ganhos com aplicações de depósitos da atividade doméstica nos bancos centrais, mais 253 milhões de euros do que no primeiro semestre de 2022 (quando foram 5,0 milhões de euros de ganhos).
"No caso dos depósitos em bancos centrais, de notar que no primeiro semestre de 2022 a aplicação de taxas de juro negativas pelo Banco Central Europeu representava um custo, situação inversa à dos primeiros seis meses de 2023, quando se registaram taxas positivas, resultando num aumento da margem financeira afeta a estas operações no valor de 253 milhões de euros", refere a CGD na apresentação de resultados ao mercado.
No primeiro semestre, a CGD tinha 18,8 mil milhões de euros em depósitos em bancos centrais e aplicações em instituições de crédito.
Os bancos depositam os depósitos que têm em excesso no BCE, estando atualmente a taxa de juro aplicável à facilidade permanente de depósito em 3,5%. Esta taxa define os juros que os bancos recebem pelos seus depósitos junto do banco central.
A CGD tem sido o único banco a divulgar os ganhos com depósitos junto do BCE. A Lusa tem questionado os outros principais bancos, mas sem sucesso.
Os bancos portugueses têm sido muito criticados, incluindo politicamente, pela lenta subida da remuneração que pagam aos clientes pelos depósitos.
Em maio, últimos dados disponíveis, a taxa de juro média dos novos depósitos a prazo subiu para 1,26%, o valor mais alto em oito anos.
Face aos outros países da zona euro, Portugal continua entre as remunerações mais baixas, tendo o quarto valor mais baixo na área do euro, apenas à frente de Chipre (0,94%), Eslovénia (1,09%) e Croácia (1,25%).
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