"É um volume extraordinariamente importante, que nós não temos no Orçamento do Estado, temos de mobilizar recursos externos para podermos intervir, e nessa intervenção o Estado deve procurar ser efetivo", afirmou o também ministro das Finanças, em conferência de imprensa, na cidade da Praia, após mais uma missão do Grupo de Apoio Orçamental (GAO) a Cabo Verde.

O ministro disse que um dos financiamentos vai chegar do GAO, com 40 milhões de euros, em empréstimos concessionais e empréstimos não reembolsáveis, prevendo mobilizar iguais valores para fazer face às necessidades das famílias mais afetadas.

Por causa dos impactos da guerra na Ucrânia no país, o número dois do Governo disse que os países têm de procurar "intervir para proteger" as famílias, as empresas, a coesão social, promover o crescimento económico e acelerar a transição energética.

"É isso que estamos a fazer e é o que vamos continuar a fazer de forma mais célere, mais eficiente, mais pronta, para que o Estado possa cumprir com a sua obrigação", prosseguiu Olavo Correia, para quem a crise da guerra na Ucrânia, a que se junta a da pandemia e da seca, representam oportunidades para "fazer acontecer em Cabo Verde".

"Apostar cada vez mais na diversificação da nossa economia, numa economia mais azul, mais verde, mais digital, mais inteligente, mais conectada com o mundo e com a sua própria diáspora", salientou, dizendo ainda que é uma oportunidade para o país acelerar as reformas.

O vice-primeiro-ministro sublinhou a "abertura" dos parceiros internacionais para discutir com o Governo as melhores soluções para viabilizar financiamentos que possam permitir ao Estado intervir a curto prazo e numa estratégia de médio e longo prazo.

O grupo de apoio ao orçamento de Cabo Verde é composto por União Europeia, que lidera, Portugal, Luxemburgo, Banco Africano de Desenvolvimento (BAD), Banco Mundial e Espanha, um dos membros fundadores em 2006 e que regressa.

No comunicado final da missão, o GAO previu que a resposta imediata de Cabo Verde ao impacto da crise da guerra na Ucrânia aumentará as necessidades de financiamento fiscal em cerca de 4% do PIB em 2022, afetando a redução projetada da dívida pública.

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