"Relativamente à parceria com Angola, nos transportes aéreos, é um processo que o Governo de Cabo Verde está a trabalhar com o Governo de Angola desde 2018. Iniciámos esse processo de conversações e esperamos que possamos encontrar as melhores soluções", afirmou o primeiro-ministro, Ulisses Correia e Silva.

Ao intervir na Assembleia Nacional, na Praia, no habitual debate mensal no parlamento, subordinado ao tema "O papel dos transportes na economia e na integração regional", o chefe do Governo assegurou o interesse dos dois países na entrada em conjunto no mercado dos transportes aéreos da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO).

"Agora, na recente visita do Presidente da República [de Cabo Verde a Angola], foi reafirmado este interesse de Cabo Verde e de Angola para, através de uma boa parceira entre a TAAG e a TACV, podermos encontrar boas soluções na entrada no mercado da CEDEAO, que é um mercado importante. E precisamos de um parceiro forte nesta área", disse.

A companhia aérea de bandeira TACV foi privatizada em 2019, com a venda de 51% do capital social a investidores islandeses. Em 2021, o Governo cabo-verdiano renacionalizou a companhia, alegando os efeitos da pandemia de covid-19, tendo a TACV retomado as operações em dezembro passado, mais de 20 meses depois.

"As condições estão a ser trabalhadas para que isso se concretize [parceria com a TAAG] e a mesma iniciativa poderá depois vir a ser desenvolvida relativamente aos transportes marítimos para o mercado da CEDEAO", acrescentou o primeiro-ministro.

Ulisses Correia e Silva já tinha admitido em novembro a possibilidade de a parceria entre as companhias aéreas de bandeira de Cabo Verde e de Angola permitir a entrada no mercado da África Ocidental através de transporte 'low cost'.

"Temos sobre a mesa várias alternativas, várias soluções, incluindo uma parceria para entrarmos no mercado da CEDEAO através de soluções de transporte 'low cost', talvez uma nova companhia que venha nascer com a participação da TACV e a TAAG", afirmou o chefe do Governo.

Já este mês, o tema voltou a ter destaque na visita de Estado do Presidente da República, José Maria Neves, a Angola, que a descreveu como "um momento profundo de viragem" nas relações entre os dois países.

"Considero igualmente de extrema importância as negociações nos setores dos transportes aéreos com vista a implementar uma parceria estratégica para exploração conjunta de destinos", disse José Maria Neves, em 10 de janeiro, em Luanda.

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