Essa distribuição será possível através da adoção de uma nova política de dividendos mais clara, periódica e previsível.
A nova política de dividendos da gigante brasileira, que é controlada pelo Estado, mas que tem ações negociadas nas bolsas de valores de São Paulo, Nova Iorque e Madrid, foi anunciada hoje, numa conferência de imprensa em que foi detalhado o plano estratégico da companhia para o quinquénio 2022-2026.
O novo plano prevê que a petrolífera invista 68 mil milhões de dólares (60,6 mil milhões de euros) entre 2022 e 2026, um aumento de 24% em relação aos 55 mil milhões de dólares (49 mil milhões de euros) inicialmente previstos para o período 2021-2025.
Esses investimentos, de acordo com as projeções da empresa, permitirão que a produção de petróleo da Petrobras aumente dos 2,3 milhões de barris por dia em 2020 para 2,7 milhões em 2022 e até 3,2 milhões em 2026, o que garantirá elevados lucros à empresa nos próximos cinco anos.
O diretor financeiro e de relações com investidores da Petrobras, Bruno Araújo, explicou que o novo plano permitirá que a Petrobras obtenha entre 150 mil milhões e 160 mil milhões de dólares (entre 133,8 mil milhões e 142,7 mil milhões de euros) em geração de caixa nos próximos cinco anos, assim como entre 15 mil milhões e 25 mil milhões de dólares (13,3 mil milhões e 22,3 mil milhões de euros) com a venda de ativos não estratégicos.
O executivo acrescentou que a nova política prevê que a Petrobras distribua entre os seus acionistas, em pagamentos trimestrais, 60% da geração de caixa operacional, já descontados os investimentos, o que se traduzirá, explicou, em pagamentos entre 12 mil milhões e 14 mil milhões de dólares (10,7 mil milhões e 12,4 mil milhões de euros) anuais entre 2022 e 2026.
Também ficou acertado que a Petrobras distribuirá um mínimo anual de quatro mil milhões de dólares (3,57 mil milhões de euros) em dividendos, independentemente dos seus resultados, desde que o preço do petróleo permaneça acima de 40 dólares (35,6 euros) o barril.
"Aperfeiçoamos alguns aspetos da política de dividendos e simplificamos. Tínhamos um documento de cinco páginas e deixamo-lo em duas para estabelecer algo mais direto. Assim fica mais fácil calcular os 60% que devem ser distribuídos e desembolsados a cada trimestre. Estamos oferecendo mais previsibilidade", disse Araújo.
"Estabelecer um dividendo mínimo não é apenas uma decisão financeira, mas uma decisão de governança, pois demonstra o nosso compromisso com a geração de valor para o acionista. Funciona como uma medida de disciplina na gestão", acrescentou.
Araújo esclareceu que, enquanto o preço do petróleo ficar acima de 40 dólares o barril, a Petrobras tem capacidade financeira para cumprir esse compromisso.
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