
Segundo o órgão responsável pelas estatísticas do Governo brasileiro, foi a menor taxa registada desde o início da série histórica, iniciada em janeiro de 1980.
Esta foi também a primeira queda na inflação brasileira depois de 25 meses seguidos de subida de preços.
No ano, a inflação no país acumula um aumento de 4,77% e, nos últimos 12 meses, de 10,07%.
Segundo Pedro Kislanov, gestor da sondagem do IBGE, as reduções dos preços dos combustíveis anunciadas pela Petrobras devido à queda de valores no mercado internacional, os cortes de impostos aprovados pelo Congresso sobre combustíveis, energia elétrica e comunicações influenciaram a deflação registada no período.
"Essa redução afetou não só o grupo de transportes (-4,51%), mas também o de habitação (-1,05%), por conta da energia elétrica (-5,78%). Foram esses dois grupos, os únicos com variação negativa do índice, que puxaram o resultado para baixo", explicou Kislanov.
Os preços da gasolina no Brasil caíram 15,48% e os do etanol, 11,38%. A gasolina, individualmente, contribuiu com o impacto negativo mais intenso (-1,04 ponto percentual) entre os 377 subitens que compõem o índice de inflação medido no país sul-americano.
O investigador do IBGE também destacou uma resolução aprovada pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) em revisões tarifárias extraordinárias de 10 distribuidoras espalhadas pelo país como outro fator que influenciou o recuo dos preços medidos no grupo habitação.
Em contrapartida, os preços no setor de alimentação e bebidas acelerou no mês de julho.
O IBGE frisou que os alimentos registaram o maior aumento (1,30%), provocando impacto positivo (0,28 ponto percentual) no índice do mês.
Segundo Kislanov, o resultado foi puxado pelo leite que subiu mais de 25% e pelos derivados do leite como queijo (5,28%) e manteiga (5,75%).
"Essa alta do produto se deve, principalmente, a dois fatores: primeiro porque estamos no período de entre colheitas, que vai mais ou menos de março até setembro, outubro, ou seja, um período em que as pastagens estão mais secas e isso reduz a oferta de leite no mercado e o facto de os custos da produção estarem muito altos", concluiu o gerente da sondagem do IBGE.
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