
De acordo com o relatório trimestral da BVC, a que a Lusa teve hoje acesso, esse crescimento é explicado pelo aumento do peso da emissão de Títulos de Tesouro, que já representam 86% da capitalização bolsista global e que subiram 4% face ao mesmo período de 2019.
A capitalização bolsista (aproximação do valor de mercado das empresas e títulos) da BVC chegou aos 79.930 milhões de escudos (727 milhões de euros), um crescimento de 4% face ao terceiro trimestre de 2019, considerando ainda todos os títulos admitidos à cotação, como ações ordinárias, títulos do Tesouro, obrigações municipais e obrigações 'corporate' (de empresas).
Contudo, essa capitalização bolsista tinha atingido um pico máximo de 80.789 milhões de escudos (729 milhões de euros) no final do primeiro semestre deste ano, pelo que caiu 1% de junho para setembro.
A capitalização da bolsa de Cabo Verde passou a equivaler a cerca de 41% do Produto Interno Bruto (PIB) do arquipélago, ainda sem considerar o valor do PIB impactado pela covid-19, recorda a instituição.
A capitalização da bolsa cabo-verdiana tem registado valores máximos consecutivos e um crescimento de 12,5% de 2016 a 2019, segundo dados noticiados anteriormente pela Lusa.
Ainda segundo o mesmo relatório, em 30 de junho de 2020 estavam admitidos à cotação no mercado de cotações oficiais da bolsa cabo-verdiana um total de 1.860 títulos, 174 dos quais eram Títulos do Tesouro, seis eram obrigações 'corporate', duas eram obrigações municipais e quatro referentes a ações ordinárias de empresas.
A Bolsa de Valores de Cabo Verde foi criada em maio de 1998 e conta ainda com quatro empresas cotadas, com destaque para o Banco Comercial do Atlântico (BCA, detido pelo grupo Caixa Geral de Depósitos) e para a Caixa Económica, e outras que emitem obrigações.
Os acionistas da Cabo Verde Telecom (CV Telecom), principal operadora de telecomunicações do país, aprovaram em 2018 a entrada da empresa em bolsa, que ainda não se concretizou.
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