Numa carta dirigida ao chefe do Governo, a Associação dos Direitos dos Trabalhadores do Jogo de Macau solicitou que o executivo interceda junto das operadoras do jogo para que estas mantenham o habitual prémio de final de ano equivalente a um salário.

Por outro lado, apelaram ao Governo que reconsidere a decisão de não injetar em 2021 sete mil patacas (740 euros) no Regime de Previdência Central Não Obrigatório.

Apesar de agradecer às seis operadoras do jogo de Macau o esforço na proteção do emprego dos trabalhadores locais, a associação alega que já não tinham recebido o bónus do verão e que "o pior [da crise] já passou", existindo sinais de recuperação.

Além disso, defendeu, "as seis maiores empresas de jogo têm obtido lucros enormes ao longo dos anos, e quanto mais lucros fazem, mais responsabilidades têm de assumir, pelo que deveriam ser consideradas mais responsáveis pela promoção da recuperação económica de Macau e pela manutenção da estabilidade social".

Finalmente, a associação pediu ao Governo que reconsidere a decisão de não injetar em 2021 as habituais sete mil patacas no Regime de Previdência Central Não Obrigatório, que o executivo justificou com a perda de receitas do jogo, sustentando ainda que seja possível retirar capital desse fundo para aliviar a pressão económica no orçamento familiar.

"Até o orçamento do Governo está no 'vermelho' este ano, o que mostra que o impacto da epidemia nas famílias dos cidadãos comuns é ainda maior", salientou a associação.

Macau foi dos primeiros territórios a sentir o impacto da pandemia, com a economia a ressentir-se, em especial na indústria do jogo.

O Governo de Macau lançou medidas de apoio financeiro sem precedentes dirigidas às pequenas e médias empresas, bem como aos residentes locais. Apesar de não registar casos desde 26 de junho, e de o principal mercado turístico de Macau, a China, ter voltado a emitir vistos para o território, o número de turistas está muito longe daquele que se verificou em 2019.

A pandemia de covid-19 provocou pelo menos 1.285.160 mortos em mais de 52,1 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência de notícias da France-Presse (AFP).

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.

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